segunda-feira, 22 de junho de 2009

Amor à Briosa!


Lago Niassa - 1ª Mensagem para a RTP

Quando ainda com tenra idade,na Aldei temos a oportunidade de estarmos juntos a um Marinheiro Fardado de Farda Branca,fácil nos apaixonarmos por um dia virmos a usar uma Farda igual.Começamos (ou Melhor eu Comecei) a acalentar um sonho, esse sonho consistente e que durante vários anos passa a ser a nossa ambição primordial.
Acontece, várias vezes acordamos incomodados, chegamos a ficar mesmo mal dispostos,quando em alguns desses nossos sonhos, sonhamos, ( ou alucinamos) acordando convencidos que essa nossa ambição jamais se virá a tornar na realidade ambicionada.
Para quem nasce e cresce junto´ao Rio, nele faz a sua Profissão (Pescador). Pensar que essa acalentação não se virá a concretizar. Torna-se muitas vezes fortemente penoso. Mesmoque acreditemos por pequenos períodos, não deixa de ser penoso. Provocam-nos enorme desilusão.
Mas na devida altura se vier a tornar numa realidade!... É fascinante! Mesmo que aos olhos ou imaginação de alguns possa parecer pouco? Tudo o que dele podemos desfrutar tem enorme interesse, enche-nos de felicidade. Ao sermos seleccionados transbordamos de alegria. É como se tivessemos ganho o Mundo maravilhoso que enquanto muito Jovens acreditamos que exista.
Quando ainda Maçarico. Era corrente permanente, ouvir dizer a camaradas mais antigos,que era um privilégio único poderem servir a Armada. Num tempo em que a selecção era rigorosa e reprovavam uma grande maioria dos que eram chamados. Afirmavam ainda que amavam a Armada, como uma segunda Mãe.
Tal era o respeito, que lhe tinham,espantoso a forma como amavam e o orgulho nas Fardas que envergavam.
Era mesma a Briosa,no bom sentido da palavra.
Ao ouvi-los tratá-la com tão carinhosamente e zelo. Interrogava-me :! Se e apesar de todos os anos que ambicionei servi-la, se viria a pensar como eles...
Não foi necessário muito tempo.
Era um Virus que nos contaminava rápidamdente.
Só quem teve o privilégio de a servir sabe o que é este sentimento nobre.
Certo que todos os anos que lá andei mais me apaixonarei. Tornou-se num verdadeiro amor perfeito.
Talvez isso, se calhar o virus foi-me contaminando cada vez mais e hoje posso pecar, pelo excesso de zelo, que tenho nas minhas fardas, fitas de identificação que usavamos no boné com o nome do navio, onde estavamos embarcados,a manta de seda e alcache, com as três riscas brancas homenageando o Almirante Inglês pelas´vitórias Navais.
Guardo-as e tenho-as de forma tão estimada e em lugar seguro, como quem receia,que algo de mal lhe possa acontecer, ao minímo descuido ou desleixo.
Conservo-as com todo o cuidado, paixão e amor.

1 comentário:

Luis Silva disse...

Oi companheiro.
Eu estive no DFE9 entre 69/71. Pelos vistos estivemos em Metangula ao mesmo tempo.
Eu tambem tenho um blog sobre o DFE9 (http://dfe9.blogspot.com/)podes contactar-me através dele.
Luis Filipe