sábado, 28 de novembro de 2009

Obrigado Lago Niassa

Um encontro ocasionado pela paixão amor a Metangula/Lago Niassa

Pai filha maravilhados com a hospitalidade do Filho da Escola Tintinaine e sua Familia

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Revivendo Metangula/Niassa


Mensagem de marinheiros = Alô Metangula/Niassa


Adivinhem com que estavam cheias no momento da despedida as mentes destes dois marinheiros!..
Chamam-na pelo nome Metangula
Assim como eu também chamava
Hoje muitos mais sei que a amam
Mas ela também, por nós é amada
Ainda para um é pouco, quanto mais para dois
Será uma recordação inesquecivel, nem o Self-Service faltou, tal como na Briosa

Metangula/Niassa, que o mar da Póvoa leve a mensagem até Maputo
Não sei,não quero saber, porque não me incomoda, que digam que sou irrealista. Porque gosto de sonhar, vou continuar a fazê-lo, mesmo que imensas venha a sentir ao acordar
Vezes incontáveis as que sofri, por acreditar que estava prestes a viver horas inesqueciveis e tudo se esfumava, quando menos o esperava.
Tenho desilusões, mas momentos tem havido, que me têm proporcionado vivências inesquecives. Chamado amor à primeira vista.
Foi -me enviado um comentário, que passado uns dias o li, no mesmo era dito que os meus blogges não tinham qualidade. Não fiquei minimamente melindrado, pois tinha a noção que assim era. Assumo a responsabilidade de ter sido um mau aluno, porque o meu professor o filho da escola Manuel Araújo Cunha, me tinha recomendado. Mas é como se esteve dois anos em metangula e chegamos a uma cidade. Percebesse.

Porque acreditei?

Tive a intuição que essa critíca era séria, sei que a sorte não nos bate à porta muitas vezes, mas devemos sabê-la aproveitar quando isso acontece. Pela forma como o Filho da escola falava e com ternura que falava das àguas do nosso Lago, nãom poderia enganar, acreditei que estaria ali alguem que desinteressadamente me procurava ajudar.

Tinha a farda, Metangula e o Lago, como seria possivel não ser verdadeiro aquele sentimento. Acreditei que era credível.
Em boa hora aceitei, passados estes temppos o Lago e Metangula são ainda maiores, o amor entre nós marinheiros e muitos do Exército e até nativos conhecem melhor o nosso caracter, e o amor com que tratamos a sua nossaa/terra e o seu/nosso Lago.

Obrigados filhos da escola.

Escolinha Araújo,tu que estives-te na Machava e um dia falaremos disso, já que lá estivemos também, mas quero render-te aqui a minha homenagem, não fosse a tua pronta disponibilidade da criação dos meus blogges e nada disto teria acontecido.

Estamos todos de parabéns.

Viva a Marinha Camaradas Marujos.

Voltando ao Tintinaine

Os reparos, traziam uma mensagem amiga, prontificava-se a tudo fazer para me ajudar. Dependia da minha aceitação ou não, mas perguntar ao faminto se tem vontade de comer!....
Aceitei e rápidamente se passou ao trabalho. Não leva muito tempo que tudo começou,mas começou com tal força que quase tudo está pronto e de técnica superior.

Unidos pela farda

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Para Ti João M´Ponda!


Talvez nunca chegues a ter conhecimento que te escrevi esta mensagem, mas para que fique gravado nas memórias e se no presente és uma referência, no futuro podes ser um exemplo, talvez quem sabe se um Niassense com quem mantenho contacto,e que actuamente se encontra na Universidade de Lourenço Marques (sempre assim a trataremos a Capital, não por saudosismo, mas pela imagem que nos transmite), como te foi possivel falar com o nosso amigo comum José Luis Torres e lhe perguntares se tinha sido militar na base da Marinha em Metangula.
Recordo-me de ti, quando aí cheguei em 1968 eras uma pessoa amável, conheci outros como tu, porque com vós estabeleci uma óptima relação, porque era encarregado da piscina, e às sextas -feiras levava comigo uns tantos para a limpeza da Piscina. Não te posicionavas ao lado da Frelimo, nunca te perguntei, mesmo porque isso não era uma coisa importante para mim.
Como sabes amigo, vós os empregados na Marinha apesar das enormes dificuldades porque passavas, em relacção aos outros, inclusivé os que trabalhavam para o Exército, as vossas condições eram bem melhores (apesar de ser uma ninharia, vós ganhavas 19$00 e a Laurentina grande custava 21$00). Mesmo assim quando faltava uma semana para receber, já alguns me dizerem:
- Chi Patrão, vai istar doente, vai doer Maning meu cabeça.
Compreende-se não é verdade? É evidente que não fiquei feliz. Fiquei, essa é que é a verdade, muito feliz. Fiquei feliz em saber que te recordavas de quando em 1965 eras ordenança da Secretaria de Comando. Que trabalhaste como electrecista na Oficina de Rádio com o Sargento Vieira.
Com saudade recordavas o Cabo Telegrafista e o Marinheiro Bogo da Saturno. Como devoravas a foto onde eu estava e o Caeiro de Barbas que logo identificaste. Os Oficiais com quem trabalhaste e fielmente serviste, caso do Tenente Soares Rodrigues, Tenente Maia, Tenente Camões Godinho, Cerqueira, o José Botelho Leal, de Abril de 1968 até meados de 1969, Chefe do Centro de Comunicações de Metangula Tenente Mendes Cabeçada.
A casa que tu e o Neves construiram e veio a servir como restaurante "A Teia", que o Neves explorava, o qual nós desfrutamos e aí passsamos bocados maravilhosos, os cantos alentejanos. e muito mais, depois de bem comidos e bem bebidos. Só para te dar uma ideia, um belo dia, eu e o Marinheiro mergulhador Delgado chateamo-nos, é evidente ficou por palavras, começamos a beber três Marias e só para aí pela terceira e quando a carga já era grande nos apróximamos e fizemos as pazes . Quando de lá saímos eram seis e meia. O sargento Fonseca que fazia as suas corridas matinais vinha no nosso encalce às voltas e a controlar-nos, para percorrer talvez uns setecentos metros demoramos 45 minutos, isto é até entrar o portão da base, porque ate aterrar na cama não faço a menor ideia.
Tal foi a carga. Não esteve mau. Normalmente não tinha muito tempo, era só depois das tantas, mas também aí bebi bem a minha parte. A melhor sorte do mundo e se algum dia te falarem de nós procura a todo o custo dar notícias. Estarás nos nossos corações.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Carta aos Filhos da Escola!

" O Tintinaine" e "O Alquimista"

Amor de marinheiro - Um desejo

Se àguas do Niassa guardasse
Mas que o mar me o trouxesse
Que os golfinhos o ondulasse
E para que o Douro m'o desse

Com todo o amor:
Filhos da Escola Carlos e Manuel, quero reconhecer publicamente a minha gratidão, mesmo que também eu, esteja contaminado pelo mesmo vírus e que seguramente o tenha apanhado, tal como vós, e me honra, na sã camaradagem, apanágio daquilo que nos transmitiram, de ensinamentos legados por aqueles a quem fomos substituir, marinheiros dos sete costados da nossa querida Armada.
A chamada Guerra que se alimentou entre 1961 e 1974, não uma guerra de Guerrilha daquelas de ódio, sangue e morte, que em nome de liberdade de um povo, substituindo-se a esse dito povo que só existe no imaginário deles, mas que serve e desculpa para que morram diáriamente ás dezenas e centenas, e deixem mutilados milhares e porque não milhões, sempre com a presença o comando com as suas tropas aos milhares, vindas do reino do Tio Sam (Americano) e seus discípulos (os ditos Aliados), Inglaterra etc. etc.
Conheci e vivi a guerra por dentro, convivi com as populações e guerrilheiros, antes e depois da Independência. Li e apercebi-me do Teatro da Guerra e os fins que ela servia (apenas e só os interesses para sustentáculo do regime do Estado Novo, Grupos Mellos, Champalimauds, Jardins etc. assim como ao Apartheid Sul- Africano, que pagava a vassalagem ao Regime de Salazar e seus amigos, com o envio de latas de Bacalhau, fruta também ela enlatada, etc. Foram quatro anos que estive nos Serviços de Informações e no Estado Maior, sei que apenas e só de um ou outro lado, em casos extremos atiravam a matar, como se diz na gíria.

Escolinhas:
Devo-vos esta, que sirva para vos poder dar a conhecer o orgulho de poder desfrutar de vós, registando a forma desinteressada como vos prontificastes a ministrar-me a vossa sabedoria , para que eu possa desenvolver e usar toda esta vossa sabedoria e que dela desfrute quem lê os vossos/nossos Blogues e tudo o que lá escrevemos. E vós, com aquele militarismo que muito bem nos obriga a cumprir, mesmo que reconheça, não ser um cumpridor exemplar, esforço-me por dar a resposta a que eu não me deixe adormecer e adiar sucessivamente, com aquela do "Não faço hoje, faço amanhã", sabendo que o ontem apenas serve para recordar e o amanhã que nunca chegará, será sempre no hoje que teremos de desenvolver o trabalho, porque nos ensinaram que apenas existe um só dia para as boas e más decisões, a que chamamos de hora H (de hoje). Obrigado, professores.

Ligados pela Guerra:
Não fora isto e muito provavelmente independentemente do nosso Voluntariado, nunca teríamos servido a nossa Aramada, pois se de entre muitos fomos seleccionados, o que seria se a Marinha fosse muito mais reduzida e o número dos seus elementos (Marinheiros).
Eu, o Manuel e o Luís, estivemos lá ao mesmo tempo, ao passo que o Carlos esteve antes, mas o amor é só um (Único) e foi esse e é esse Amor e o termos estado em anos e locais diferentes, que nos permite fazer relatos de vários anos. Não esquecendo que disponho de fotografias que logo que me seja possivel aqui as vou meter, assim como os seus testemunhos. Se tudo se mantiver normal, esta quinta feira vou conhecer o Carlos pessoalmente,e vou entregar-lhe algumas para digitalizar e meter alguns testemunhos dos companheiros do Exército que lá estiveram e que nutrem, tal como nós, um sentimento ímpar por esta grande ex-grande colónia, hoje uma nação. Nação que seguramente, com o tempo, virá a desenvolver-se, porque dispõe de uma riqueza no seu solo e subsolo, que lhe permitirá livrar-se dos interesses capitalistas estrangeiros. E que este seu povo tão sacrificado e sem culpa, tenha direito a desfrutar da riqueza que na sua terra existe e que os Sanguessugas sempre comeram.

Sabedoria popular:
Ela dá-nos este guião, "Deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer". Sabedoria que não nos trai, depende de nós se a compreendermos, ou mesmo se a quisermos aceitar e seguir. Só a seguindo pode quem tem a paixão de partilhar, dando a conhecer as experiências acumuladas, já que o idoso, em regra, dispõe de um grande armazenamento, também sabemos que o passado nos ajuda no presente e é um bom conselheiro para preparar-se o futuro.
Muitas vezes acabados de nos deitar pelas altas horas entrados na Madrugada, toca a combate e num ápice damos por nós a ligar a caixinha e é impressionante que normalmente nunca desenvolvemos o tema que nos levou a levantar tão rapidinho e passar o descanso para outro plano de menor emergência.
Não vos estou a dar novidade nenhuma , mas é verdade, que me levantei para escrever um artigo para os Jornais de um encontro (Colóquio de Alcoolismo no qual e mais uma vez a minha cara metade, que insistentemente me chama de machista) queridos amigos deu por mim a choramingar, e não fiquei indiferente perante um testemunho de uma doente que não consegue parar e sofre horrivelmente, porque em tempo de alguma lucidez se apercebe que a jóia mais importante que teve e tem, e que a abandonaram, a familia. Chorei, porque primeiro não comungo daquela ideia de que o homem que é homem não chora. Eu faço-o muita vez em público por sentimento e isso enche-me de felicidade.

Inspiração:
Não depende de nós controlá-la nem resulta tentar provocá-la, porque ela não cede a chantagem, para que possamos dispor dela e controlá-la , marcando-lhe as horas a que teria de aparecer.
Normalmente ela aparece e dá-nos um tempo limitado, exemplos como a sorte etc. Se aproveitamos a sua presença dispomos do tempo que queremos, se o não fazemos pode nunca mais voltar a trazer-nos essa lembrança (no caso maravilhosa) à memória.
Certo que normalmente nunca tratamos do assunto, nos leva a levantar num àpice, mesmo que nos tenhamos deitado há uma ou duas horas. Um exemplo - eram quatro da manhã quando me deitei e eram seis e dez estava a saltar do aconchego. Vinha para escrever e desenvolver um tema que era referente ao alcoolismo, acabei por escrever esta carta, há muito devida, e que, seguramente,vou recordar sempre que abra este Blogue.
É uma mensagem importantissima para mim esta que finalmente me inspirei e vos dou a conhecer, porque esta é a minha simples mas sentida homenagem a todos quantos passamos por lá e ao Povo desse agora País, na sua grande maioria com muito maior sofrimento que eu.
Vou terminar com o sentido do Dever cumprido e felicíssimo por ter partilhado com todos vós estes minutos maravilhosos.
Vós sois uns Amores.
Bem hajam.

Pedido e oferta!

Há muito que vou pedindo ao meu Pai Natal, apesar de reconhecer que tantos serão os pedidos, que dificilmente poderei ser atendido. Sem exigências, vou continuando a pedir, porque isso enche-me de felicidade. Tenho vontades e desejos, as saudades dos meus amores ganhos são muitas pelas viagens rumadas pelos mares de Navegantes e as Terras onde vivi e me apaixonei, mais as que conheci nas quais tive pequenas paragens e onde aprendi a gostar.
Foi realidade e somente realizável, por ter tido o privilégio de ter servido na Armada, e foi graças a esta Mãe adoptiva, que tanto quero e amo, que foi possível acrescentar mais amores e paixões àquelas que já tinha. Mas por vezes em sonhos, outras em alucinações, levam-nos a viver realidades que duram por horas que com a intensidade que interiorizamos essa vivências levam-nos a percorrer e a estar tempos do antigamente.
Foi-me concedido e eu senti e vivi a partida da Doca de Alcântara, a bordo do velho Índia, a saída de S. Julião da barra, apostei e ganhei o Totomilhas. Bati as cartas do jogo da batota e ouvi os soldados a reclamarem do barulho que nós, os 32 marinheiros, provocávamos, já que podíamos dormir todo o dia enquanto que para eles tocava a alvorada. Fazerem queixa ao Comandante da sua Companhia que nós, os Marinheiros, com os gases saídos pelo anal, fazia um ruído enorme, e o Comandante de Bandeira, pertencente à Marinha de Guerra, responder-lhe:
- Comandante, enquanto os meus marinheiros disparem essas bombas os submarinos não nos atacam e o navio não se afunda.
Também o sabor do salpicão, presunto, bom vinho, etc., que cá da terra me tinham pedido para levar e mandar para um amigo do Exército que estava no mato em Moçambique. Azar que o mau tempo e o abalroamento do navio, entrou água que estragou as carnes e a bagalhoça partiu as garrafas (já foste!).
Chegado a Angola e um caixote cheio de cartas da namorada. A todas elas uma só resposta - querida desculpa o passado, que eu casar não caso. Se não tinha ouvido combinarem o casamento porque carga de água haveria eu de casar? Lá nisso, nos 32 estavam mais dois nas mesmas condições. Vida de marinheiro. Vai marinheiro, vai, vai.
Seguindo rota e numa navegação de cruzeiro, onde o navio não atingia mais de 15 milhas (1852 metros) por hora, lá nos vimos chegados a Lourenço Marques.
Filhos da Escola, que tal a dobrada, o camarão, a Laurentina e a Dois M? Já para não falar das Maparras!
Dois dias e lá seguimos viagem até á Beira. A Guerra do Petróleo ( Os fados do Alfredo duarte Júnior ( Filho do saudoso Alfredo Marceneiro) no Moullim Rouge.
Depois, o Índia segue para Macau e nós para o comboio do Catur.

domingo, 22 de novembro de 2009

Pai Natal!

Utilizando a máxima da sabedoria popular: "Não acredito em bruxas, mas que as há, há”. É-me indiferente o que possam pensar e a simbologia a que o ligam. Para mim o Pai Natal, existiu, existe, e continuará a existir. Existe porque Pai Natal que me ensinaram a pedir os meus avós e os meus pais, em especial a minha mãe, era um Pai Natal carinhoso, simpático, apesar das barbas brancas, um Pai Natal envergonhado que queria dar sem ser visto e que descia, noite dentro, pela trapeira (chaminé), indiferente ás asneiras que pudéssemos ter praticado nesse dia de 24 para 25 de Dezembro. Havia absolvição total, era um dia diferente onde o bacalhau, batatas e tronchudas, o azeite novo, as rabanadas e a aletria, nos faziam companhia à mesa. Esta consoada na minha aldeia, perdura na minha memória e não será por acaso que se cumpre rigorosamente, esta tradição vinda dos meus antepassados.

Ainda guardo dentro de mim a tristeza que senti no primeiro Natal passado a navegar no mar do Norte, ao serviço da Aviação a bordo de um navio e, á hora habitual da ceia (o jantar) a substituir a minha caldeirada, veio uma massa guisada, que eu adorava comer no rancho da Porca, mas que naquele dia não passou a goela. O mesmo aconteceu quando depois, muito mais tarde, veio a ceia de Natal. Também não passou a goela, porque nada tinha a ver com a minha ceia, a ceia onde a seguir tinha a agradável surpresa do Pai Nata, cumprindo rigorosamente o tradicionalismo da consoada.

Este tradicionalismo, onde o carinho e o amor dos meus pais, o ajuntamento de meus irmãos e toda a família, era assim com as gentes da minha aldeia e naqueles dias o amor e partilha contaminavam todos. Certo que existia diariamente, mas naquele dia era muito mais forte, porque convinha seduzir o convidado especial, que de dia faria uma aproximação para perceber se deveria ou não vir pela calada da noite.

Acreditei, quero acreditar que este Pai Natal existe em todos nós. Herdaram os meus pais dos meus avós que eram tão pobres em valores materiais que, não fora estes valores morais, teria sido uma herança de pobreza total. Passando de geração em geração, até à minha, quero acreditar neste Pai Natal, que me traz algo muito importante, entrando, ainda hoje, pela trapeira da minha velha casinha, e me conforta com todo o carinho e amor.

Bendita cretinisse!

Quem me conhece, sabe que não professo nenhuma religião, desde que logo fazer-lhe um pedido, poderá parecer um pouco irracional. Mas desde criança, em tempos que não ser crente, era considerado quase um crime. Sempre tive a frontalidade de não esconder esta grande verdade que certamente e muito cedo nasceu em mim. As razões que terão contribuído para que tão cedo viesse a acontecer, poderá ser encontrado a seguir:

Contava cerca de seis anos de idade, quando juntamente com um bom Traquina, mais velho que eu 3 anos, me incentivou a ir roubar dois cravos à quinta duma beata solteirona, de nome Maria José. Era então a Catequista, e enfeitava o altar da Senhora de Lourdes, na Igreja da minha aldeia, Sebolido / Penafiel. Não precisou de insistir muito, para ter a minha anuência, pois lá porque era mais novo não era melhor. Concretizado o objectivo, lá fomos armados todos janotas, cravo na orelha e num vai que toca, vai que chuta, vá de passar frente a casa dela. Azar o nosso porque ela logo nos identificou, o que não era difícil, porque éramos únicos. Minha mãe teve de pagar 25$oo e a dele 30$00 (que dava para pagar um campo cheio de cravos), depois o costume , cabeça não tem juízo o corpo é que paga.

Hoje, como ontem, testo que não se justificava minimamente um preço tão alto a pagar. Não tenho plena convicção se tudo começou aqui, mas acredito que sim. Como seria possível uma beata por um cravo fazer-se pagar tanto dinheiro.

Os meus amigos cristãos, e não são poucos, interrogam-me como não sendo eu cristão acredito nestes valores que ao que tudo indica para eles terão elos de ligação religiosa. Não foi, não é e seguramente não será um problema importante, porque eu quero continuar a acreditar.

Benditas alucinações!

Vivi as alucinações alcoólicas sofredoras, as quais não desejo a ninguém, pois se odiasse, não era tolerante e ao não ser tolerante, era irracional. O mesmo é dizer, apenas e só tinha parado de ingerir álcool, mas não era recuperado seguramente.
Foi com desse sofrimento, que eu não sabia o que era, que depois de me informado como isso acontece, o significado e o funcionamento gravei-o na memória. Agradeço essa elucidação ao Professor Dr. Pinto da Costa. Várias vezes me interroguei se algum dia seria possível alucinar, preservando valores do passado e vivê-los no presente.
Já passaram 23 anos, parece-nos uma eternidade, mas para mim ainda há tão pouco tempo. Era um desejo que poderia em muito contribuir para a felicidade de um desejo e vontade que me persegue e estimula.
Não tenho a noção exacta de quantas vezes foram interrompidas, mas sentia que o navio não levantava ferro e tudo continuava parado no Cais de S. Pedro de Alcântara. Numa delas veio-me à memória os meus tempos de criança e o quanto eu acreditava no Pai Natal. E decidi segredar-lhe um pedido.

A viagem de comboio!

Seguramente terei sido eu aquele a quem menos custou fazer todo o percurso (salvo todo aquele aparato militar a que não estava habituado) que visava defender-nos dos prováveis ataques dos Guerrilheiros da Frelimo. O vai p´ra terra, vai p´ra terra e as faúlhas vindas da caldeira da máquina locomotiva que pela sua antiguidade queimava mal o carvão. Há muito me tinha já habituado aqui nas locomotivas da Mina do carvão do Pejão.
Mas seguíamos com muitas reservas e, porque não, receosos, pois todos sabíamos que em caso de um forte ataque as coisas seriam complicadíssimas, pois quer queiramos aceitar, quer não, as tropas normais do Exército português estavam muitíssimo mal preparadas para a Guerra de Guerrilha. Não há tropas bem preparadas (a exemplo), porque um guerrilheiro (como eu conheci) num dia percorre mais de duzentos quilómetros perseguindo as colunas das nossas tropas.
A viagem prosseguiu com a saída do Catur, chegando a Vila Cabral e com destino ao Niassa (diário de um guerrilheiro - Dar-Es-Salam, Tanzânia). Chegado a Vila Cabral, aí pernoitamos, um frio de rachar, valeu na circunstância ter levado comigo a maca e os cobertores.
Lá seguimos viagem e mais uma confusão na Curva do Caracol, tiros de cá e tiros de lá, mas apenas e só disparos das nossa tropas. E sempre rumo ao Lago Niassa e nas Lanchas até Metangula - "O Paraíso Escondido".

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vítimas das Abelhas!

Abelha selvagem africana


Enxame de abelhas selvagens

Pelos vistos houve mais filhos da escola a sofrer os ataques destes bichos, nas margens do Lago Niassa. Hoje estive em contacto com o Luis Silva, do DFE9, que se lembra perfeitamente de isso ter acontecido com um oficial do seu destacamento.
No blog do Tintinaine, Escola de Fuzileiros, é relatado também um episódio em que um membro da CF8 quase morreu com centenas de picadas deste insecto.
Como se pode ver elas eram um dos inimigos que tínhamos que enfrentar naquela região. Nada demais, a natureza é assim mesmo.

sábado, 14 de novembro de 2009

Curiosidades = Lago Niassa



Manaliva - Tintifaine =Sem palavras:
Está Fabuloso = Fotos Testemunham o nosso Profundo Amor pelo Niassa

Niassa significa lago, em linguagem ChiNyanja.
Lago Niassa que é o terceiro maior de África.
Com o cumprimento de 560 qulómetros tendo 80 metros de largura e, em certos locais, tem de profundidade 700 metros, possui uma ampla biodiversidade que lhe permite acolher mais de1.000 espécies de peixes, 600 dos quais já identificados e catalogados.


Comentário: Valdemarmarinheiro@hotmail.com
Várias dessas espécies saboreeias eu, eram óptimas.
Não tivessemos nós lá um grupo de Fuzileiros que pescavam em quantidade.
Também algumas vezes era parte integrante de grupos que depois de os matar, os
Nativos mergulhavam a apanhá-los e nós à superficie para controlavamos para que não deixassem lá o peixe escondido no fundo.


O Meu Grato Reconhecimento
Tive de ser perspicaz, para que a operação não falhasse, como digo npoutro local, trabalhava com o Sargento Fonseca nas mensagens captadas em Fonia mas codificadas, que as conseguiamos descodificar e assim conhecer os movimentos dos dirigentes da Frelimo e o movimento das suas tropas, ora no Distrito do Niassa, outras em Mtuara, Dar-es-Salam na Tanzânia, Zâmbia, etc.
Quem no Serviço de Informações transcrevia os Brifing´s e como tal era dos primeiros a saber o local onde se iria decorrer o teatro das operações, ou ainda como Radarista, o Radar de Aviso Aéreo e o de Navegação, assim como a Sonda no caso de se tratar de Imersão, apesar de dispôr de tudo isto, sentia alguma dificuldade em controlar a ansiedade de conhecer fisícamente o Tintifaine actual. Ao identificar-te. Senti enorme alegria.
Tudo bem, óptimo aspecto. Por dentro se estiveres, como aparentas por fora, o coração da forma como partilha, deve estar maravilhoso.
Carlos nesta hora que acabo de ver a tua foto, permite reconheça tudo o que de bom tens feito por mim. Obrigado Amigo. Peço-te que não apagues. Faria imenso gosto de quando abrir o blogue me recordar de como tudo se tem passado e isso só seria possivel num homem com um H enormissimo e de uma partilha enorme. Obrigado Amigo.
Aquele Abraço.







quarta-feira, 11 de novembro de 2009

S.O.S. de Radarista Para Fuso Tintinaine

Pois É!....
Quem não gostaria de poder receber tudo o que transporta palavra cujo nome lhe atribuíramde(partilha), mas como muitos de nós, os que servimos a Briosa. Não é fácil encontrar. Muitos falam nela como se fosse também pertença sua, numa tentativa clara e apenas e só na tentativa de daí lhe advir dividendos.
Mas a nossa briosa duou-nos esses valores. Incutida de forma consistente que muito cedo nos apercebemos, que sem estes valores, a vida seria teria um grande vazio. A solidariedade existente e a partilha vindo dos nossos anteriores camaradas, é um legado que rápidamente nos herdamos. Começamos a perceber, que a partilha é um valor fundamente a perservar. Nisso somos únicos nós os marinheiros.
Será aceitável que não decifrem esta mensagem, quem não vestiu a farda branca e a azul, até se calhar alguns dos que não usaram o alcache, mas os que tivemos esse privilégio, não somos demagogos, é um sentimento que transportamos, e como tal é gratificante relatar esta veracidade.
Há quem nos acuse de dar-mos mais valor á farda do que na realidade ela tem, mas o elo de ligação entre nós marinheiros, é tal que seguramente até seremos modestos, quando falamos deste sentimento. Ele tem a força de num ápice nos ligar em linguagem comum e fomenta e cimenta puras amizades. Mas para melhor se compreedender:- Os exemplos não são a melhor forma de demonstração. Mas a única.
Percebam esta temática, o Carlos e eu não nos conhecemos pessoalmente, mas uma consulta ao Blogue e ligado a Metangula/Lago Niassa mesmo que em periodos diferentes, ele ao deparar com a farda ficou como hipontizado e unidos de imediato.
Estabelecido o contacto, o Carlos fez questão de reparar todo este magnifico trabalho (com trabalho imenso, muito pior que começar de novo). Em bola hora o fez, porque ganhou ele, ganhamos todos os Camaradas da Briosa e todos os que nos venham a acompanhar.
Com estes valores revejo-me de certeza absoluta a minha aposta de ter servido a Armada, foi uma das escolhas mais acertadas em toda a minha vida.
Dádiva de Marinheiro.
Não fora o ter servido a Armada e certamente a pretensão que acalentava desde criança, jamais seria concretizada. A paixão, que me levou desde muito novo a esforçar-me por armazenar o que pensava poder vir um dia ter interesse em ser divulgado, mesmo que conseguido o editar em livro, acabaria por ir parar a uma prateleira qualquer totalmente abandonada por um Alfarrista. Como leigo nos Blogues, jamais conseguiria o organizar com um mnímo de qualidade, pois quando tenho o tempo ocupado, naquilo que desejo concretizar, e a vontade de repartir -me pelos locais das minhas grandes paixões, pois sem eles jamais me conseguiria inspirar.
Mas estes filhos da Escola, começado primeiro Manuel Araújo Cunha e agora o Carlos, que são dotados de uma capacidade enorme e sabedoria. Empenharam-se e desenvolveram esta obra que para mim é de um valor ímpar..
Falta-me discernimento (porque ainda estou num periode de emocional) não sabrei avaliar a importância do seu trabalho. Mas seguramentejá existe uma certeza! Que já tenho mais dois grandes e valiosos amigos.
A pretensão de escrever nascida com tenra idade, mas que a fui protelando, mas isso sim guardando documentos e gravando testemunhos mentalmente.

Há sempre uma primeira vez
Tinha e tenho apoios monetários não de grande monta ,para provável edição de um livro, mas a determinada altura apercebi-me que a publicação na Net seria a mais aconselhável, por oferecer maior divulgação.
Com os conhecimentos de dactilografia, pelos anos de Estado Maior e Serviço de Informações no Niassa/Metangula e em Nampula, tudo á partida estaria simplificado. Optei por esta opção e sinto-me com sorte pelos apois e colaboração.

Hipópotamo Pisou Maningue Mezungo
Um dia decidi-me por escrever num pequeno papel e fazê-lo chegar a um Filho da Escola Manuel Araújo meu conterrâneo e sem rodeios fui ao assunto, queria ser ajudado. A resposta não se fez esperar e de Imediato criou-me um Blogue e meteu-lhe algumas mas importantes fotos e extratos dos seus livros já que tem quatro editados. Estava dado o primeiro impulso, mas não se ficou por aqui e continuou e continua a ajudar-me.
Como conto no meu grupo de Amigos com outros escritores pedi -lhes uma opinião:- A resposta foi única. Escreve,Escreve e Escreve, depois nós cá estaremos para te ajudar a corrigir e ordenar.

Palácio da Bolsa do Porto
Convidado a assistir ao lançamento de um livro, ali ouvi contar pelo autor uma história interessante:- tinha solicitado a um seu amigo de grande reputação literária que o ajudasse a melhorar a obra. Prontamente respondeu-lhe que sim, levou-lhe o livro duas vezes, tendo obtido como resposta, que não estava mal, mas que sabia que ele o podia ainda melhorar mais, só quando o escritor lhe disse que não lhe era impossivel melhorá-lo mais. Respondeu-lhe friamente:- Então se é assim, deixa ficar o Manuscrito, agora finalmente vou o ler.
São estas mais valias que nos ajudam a perceber melhor a palavra Partilha e significado.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O Sargento Tanso!

Houve uma altura em que pegaram naqueles cabos Manobras antigos e fizeram-lhe um curso (para não dizer, deram-lhe o curso) para os poder promover a sargentos. Acontece que eram manobras e como tal tansos (termo que usávamos para os manobras e artilheiros) ou seja, eram os que piores resultados tinham tido nos testes. Quando os mandavam escolher uma de tantas especialidades já se sabia qual o destino que levariam. Estava embarcado na Fragata «Diogo Cão» e um belo dia, estava eu de rancheiro e a descascar batatas quando um desses sargentos feitos à pressa me perguntou o que eu fazia na minha terra. Respondi-lhe que era pescador e mineiro. Então ele fez-me algumas perguntas e depois mandou-me ter com ele á Messe. Começou por me dizer que tinha sido Pescador na Póvoa e que não tinha vindo para a Marinha aprender a fazer nós nem fazer mãozinhas, mas sim aprender a ler e a escrever. Mandou-me para Junto do Clarim para polir e pintar o Sino de bordo. Isso deu para andar ali umas três semanas quando, num ritmo normal, dois dias seriam mais que suficientes para fazer aquilo.
Então e a linguagem que ele usava quando chamava alguém pela instalação sonora:
- Atençom praças! O Grumete Rederista que eu sei que não é Manobra apresente-se a mim, onde é que estou.
Acabava de falar e ia-se embora.
Quando o procurávamos, fazíamo-lo passado meia hora ou mais. Se fosse para castigo perguntava o número. Só que nós sabíamos que ele não sabia escrever muito bem e não memorizava o número se o disséssemos rápido demais. Dizíamos 19518 rapidamente e ele insistia para que falássemos devagar, só que cada vez nós o repetíamos mais rápido ainda.
Um belo dia estávamos de serviço á Aviação e fomos para Manobras uma semana para o Cabo Espichel, Sesimbra etc. Era a Feira das Indústrias, em Setúbal, o que era uma maravilha. Ele foi até lá, no Domingo, e comprou um livrito de cowboys da colecção «Sete balas» (dava, no máximo, para uma hora de leitura).
Para o ler esteve essa semana toda sem sair de bordo, e quando regressamos, na sexta-feira ele continuou e só saiu no sábado á tarde, quando terminou a leitura do livro. Para quem tinha andado tantos anos a aprender a ler e escrever, não estava nada mal!
Um estudioso exemplar, hein?.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Que Pescador!

Estava eu á cerca de 15 meses na Briosa quando embarquei num Destroyer de uma flotilha de três, em que os outros dois tinham sido abatidos aos efectivos da Marinha. Encontrava-se atracado no cais da Escola de Alunos Marinheiros, em Vila Franca de Xira, para apoio da instrução dos alunos, Cursos de I.T.E., 1º Grau e de Sargentos.
Nele havia uma figura típica, um Cabo Manobra, já reformado, de nome «Caixinhas» que escrevia para a Revista da Armada coisas hilariantes, e que tinha a paixão da pesca. Um belo dia estava ele em dificuldades para remendar uma “chumbeira” e eu disse-lhe que era pescador e que sabia fazê-las novas e que lhe podia remendar aquela.
Ok, mãos à obra, disse ele. Fiz a Agulha, a forma, etc. Disse-lhe que nas minhas horas vagas lhe lhe poderia arranjar aquilo sem problema. Qual quê! Fiquei logo ali e o meu trabalho de limpezas e serviços passou a ser remendar e fazer-lhe “chumbeiras” novas.
Foi, durante largo tempo, uma vida santa. Ia até pescar com ele, de vez em quando, porque ele nem os lançamentos sabia fazer.

domingo, 8 de novembro de 2009

Nkolongue!


Clare Brown e José Luís Torres vão regressar a Portugal por uns tempos, para recarregar baterias, uma vez que a época das chuvas inviabiliza grande parte do trabalho a realizar e a própria disponibilidade das populações. A chegada do casal está prevista para dia 14 de Novembro!

Associação Niassa Portugal Amizade

A Aldeia Nkolongue pertence à província de Niassa e está localizada 18 km a Sul de Metangula. Tem uma paisagem deslumbrante e as gentes são muito hospitaleiras. Contudo, a sumptuosidade da paisagem contrasta com a precariedade económica da população local, facto esse que nos sensibilizou e mobilizou no sentido de apoiar um programa integrado de desenvolvimento. Ambiciona-se criar qualidade de vida e riqueza mas procurando respeitar e potenciar a integridade e especificidade de uma cultura ancestral.Este projecto da A.N.P.A. será levado a cabo pelo casal Clare Brown e José Torres sob a direcção da gerência de Mbuna Bay Retreat, uma instituição local, e terá uma duração de dois anos. Terá o seu início a 25 de Março de 2009, com a partida dos voluntários para Moçambique. Uma vez lá chegados, estes terão de preparar a construção de uma casa para habitarem, na qual também se espera ser possível acolher outros temerários que a estes se queiram juntar.Todos os projectos a desenvolver serão apresentados e discutidos com a população da aldeia, antes da sua implementação. Ao mesmo tempo, integrar-se-ão nos planos nacionais e provinciais da educação, saúde e outros.Ao nível da saúde, muito há a fazer, a começar pela construção e dinamização de um Posto de Saúde, em colaboração com os Serviços de Saúde Moçambicanos. Devido à existência de doenças endémicas é primordial a promoção de campanhas de sensibilização e prevenção de doenças como, por exemplo, a Cólera e a Sida.Para promover a sustentabilidade da comunidade, pretende-se desenvolver projectos que numa primeira fase venham colmatar a precariedade da população, sobretudo, ao nível da escassez alimentar, com a introdução de novos métodos pedagógicos e de forma a potenciar, o mais rapidamente possível, o surgimento de novas profissões. Aqui, o carácter fortemente empreendedor dos voluntários, bem como a sua sensibilidade quanto a aspectos sócio-culturais e económicos será certamente uma grande mais-valia. O desenvolvimento terá de passar necessariamente pela preservação das tradições, nomeadamente no domínio do artesanato, e pela valorização dos seus recursos endógenos. Para esse efeito será criado um Centro de Artesanato que visará a promoção e divulgação do trabalho dos artesãos locais e comercialização dos seus trabalhos junto dos turistas. Terá ainda como objectivo a formação de novos artesãos, para que estas artes não só não se percam, mas, sobretudo, que se tornem numa fonte de riqueza para a aldeia.Uma ambição da A.N.P.A. é a criação de um sistema de Microcrédito para a Aldeia Nkolongue, para apoiar os habitantes da comunidade que, não podendo oferecer garantias financeiras, tenham ideias com viabilidade. A concretização deste propósito será, sobretudo, indispensável para desenvolver a igualdade de oportunidades e a inclusão social.

sábado, 7 de novembro de 2009

Tempos de guerra!

Honra-me ter vestido o Camafulado de Fuzileiro
Verdadeira Amizade
Testemunha a sã camaradagem entre marinheiros, ligados ainda por outros grandes amores, o Lago, o Areal e o Monte Tchifuli. Que sirva como um exemplo a seguir.

Bendita água!

Hoje sei que a única bebida que apaga a sede é a água


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Recordar é viver!

Vista da Torre do Farol

O Cais das Bombas

Helicóptero com o Tchifúli como pano de fundo

Outra perspectiva da Torre do Farol

Moçambique e os anos que lá passei enchem-me de felicidade. Por ter lá estado e vivido dois anos maravilhosos em Metangula, no Lago Niassa e outros dois na lindissima e hospitaleira cidade de Nampula. Hoje e graças á Internet temos a possibilidade de rever as maravilhosas paisagens de todo o Moçambique e as lindissimas cidades por onde passei. E sinto-me um privilegiado por ter tido a felicidade de lá ter voltado em 1975.

Muitos anos antes!

O Homem de quem se fala!

Estava um dia invernoso, o caudal do rio teimava em subir, o que impossibilitava a circulação dos barcos entre as duas margens. A juntar a tudo isto continuava a 2ª Guerra Mundial a alastrar-se e parecia que o mundo estava a chegar ao fim, dada a escassez de alimentos e o dinheiro para os obter, no mercado negro.
Mas por volta das três e meia da tarde, eis que a Dona Elisa Gonçalves de Oliveira dava à luz um rebento do sexo masculino. Apesar do mau tempo, de boca em a boca a notícia circulou rápidamente por toda a população.
Soprava um vento forte, o que dificultava a comunicação com o outro lado do rio, mas a garganta afinada da Ti Olivinha fez-se ouvir e a informação foi dada aos meus avós. Não era aconselhável a travessia, mas o meu avô, homem do rio, esqueceu-se do perigo que corria e decidiu desafiar a corrente e o temporal. Segundo ele, o neto tinha de ser visto naquele dia. Apesar da travessia ser difícil, ele conseguiu. A minha avó que dizia que não tinha medo de nada, ficou em terra e enquanto pôde berrava para ele voltar, mas ele que era daqueles que não desistia com facilidade, continuou fazendo jus ao seu desejo de, nesse dia, ver o seu novo netinho. Obrigado Ti Jaquim Guerguenteiro.
As três galinhas que a Ti Elisa tinha criado em casa da avó "Mãe Chica", para fazer as canjas nos primeiros tempos, após o parto, fortalecerem-na e permitiram que o recem-nascido tivesse leite materno com abundância e que só foi interrompido com o começo de nova gravidez. E tudo isto quando as coisas começaram a complicar-se, já que a Grande Guerra continuava e as restrições aumentavam em catadupa.

Tantas recordações!

*~*~*
Quando, na passada segunda feira, me encontrava com dois amigos e falava com um deles da nossa estadia em Moçambique, ele como condutor do Exército e eu como Marinheiro, eis que entra na conversa um outro fulano.
Parem de falar de Moçambique, porque quem aqui pode falar sou eu que sou o mais antigo, eu que lá estive 53 meses e o meu amigo de peito que lá esteve 25 meses. Eis que ele, como Polícia de Segurança Pública, tinha lá estado oito anos.
Todos tínhamos muitíssimas histórias para contar. Como é evidente, nem todas eram boas, mas a mais trágica onde esteve o meu amigo de peito, o Manuel Cardoso, quando a barcaça se afundou no Rio Zambeze.
Ele que, no Rio Douro, juntamente com o seu irmão António já estivera quase afogado, não fora a coragem e rapidez do Ti Zé do Paulo que deitara uns Pardelhos na Ovelha junto ao Carneiro e ao aperceber-se conseguiu salvá-los a ambos. Esta lição ter-lhe-á servido de aviso para que aprendesse a nadar. E o ter aprendido salvou-lhe a vida no citado afundamento. Afogaram-se inúmeras pessoas em Moçambique.
Falamos ainda, durante imenso tempo, de outras coisas boas e maravilhosas passadas naquela terra de Além Mar, mas que tivemos a sorte de lá viver e muito mais no meu caso que a guerra me passava toda pelas mãos , mas felizmente só nos papeis.
Infelizmente que as coisas em Moçambique não tem corrido pelo melhor, mas como me disse um comandante da Frelimo, eles tinham consciência de que as coisas seriam tremendamente difíceis. E que previam serem necessários uns 20 a 30 anos para que as coisas ficassem arrumadas.
Do fundo do coração, espero que assim seja e que este Povo martirizado venha a desfrutar de paz tranquila e consiga viver em plena felicidade, num futuro muito próximo.
Quem por lá passou e conheceu Moçambique e o seu povo, sabe que merecem um final feliz. E que já este Natal de 2009, que se aproxima, lhes proporcione melhorias significativas e que o ano de 2010 lhes traga melhorias significativas.

A Psico!






Estas dão-me a imagem real de quanto foi bom lá ter vivido. Os momentos inesquecíveis. Aprendi a viver em agrupamento e a perceber e saber avaliar o que é uma Guerra de Guerrilha. A Propaganda Psiquica. Tenho bem gravado na minha memória e estou convencido que jamais se apagará.
A Fotografia que era distribuída em panfletos lançados da avioneta junto das populações nativas. O chinês muito gordo, a procurar convencer o nativo que comia tudo e nada deixava para eles comerem. O Bom Português, muito amigo, magrinho porque comia e repartia com os outros.
Éramos umas almas santas!
É como diz aquela máxima :
- Quem as conta fica aliviado, quem as conhece fica incomodado.
Aprendi imenso!

Belos tempos!

ENA PÁ É SEMPRE ABRIR
Como se pode ver pelas fotos em abaixo, as quais testemunham mais uma animada confraternização . Todos quantos aparecem nas fotos,que aceitem simbolizar todos os outros camaradas destes tempos. Penitencio-me por muitas outras fotos que já não possuo, por terem sido inutilizadas, motivado pela humidade. Um apelo a quantos com nós partilharam que enviem-me outras que pode ser para este meu mail valdemarmarinheiro@hotmail.com
Praia espectacular Metangula e as àguas do lago
Com um abraço fraterno dos bons velhos tempos, mas sempre actuais e que a memória não permite que se apaguem. Bem hajam

Rancho da porca convivio de amigos. Que bom recordar

Tal como as ovelhas não são p´ra mato

Peixe não dava , porque não puxa carroça


Um paraíso secreto!


METANGULA -LAGO NIASSA = FONTE DE INSPIRAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA

Quem poderá esquecer-se deste Poster e da sua autora, a D. Rosita Chuquere e do seu marido, o saudoso Comandante Chefe do Estado Maior em Metangula?
Com devida vénia!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Encontrei o Lago Niassa!



Metangula - Caminhada à Descoberta de um Lago.
Adriano Chuquere
Gaivotazinha Sarge Fonseca


Lanchas e Visita do Bispo das Forças Armadas em 1969 a Metangula.
A memória não deixa que se apaguem.
Morre lentamente quem destrói o seu amor próprio.

Humor à solta!

Vai uma anedota?

Quando um grupo de amigos se junta à volta da mesa, há duas coisas que acontecem de certeza. A primeira é «dar de beber à dor», pois a seco a palavra não brota fácil. A segunda é o contar de anedotas que ajuda a passar o tempo e traz boa disposição.
Desta vez folheei os meus alfarrábios e trouxe-vos esta, para ajudar a passar esta quinta-feira chuvosa.
Confusão no velório
Eram dois pescadores gémeos.
Um casado e o outro solteiro.
O solteiro tinha uma lancha de pesca já velha.
Um dia, a mulher do casado morre.
E como uma desgraça nunca vem só, a lancha do irmão solteiro afunda-se no mesmo dia.
Uma senhora, dessas velhotas curiosas e alcoviteiras, soube da morte da mulher e resolve dar os pêsames ao viúvo, mas confunde os irmãos e acaba por se dirigir ao irmão que perdeu a lancha.
- Eu só soube agora. Que perda enorme. Deve ser terrível para si.
O solteiro, sem entender bem, explicou:
- Pois é. Eu estou arrasado. Mas é preciso ser forte e enfrentar a realidade. De qualquer modo, ela já estava muito velha. Tinha a parte de trás toda rebentada, deitava um cheiro horrível a peixe e vazava água como nunca vi. Tinha uma grande racha na frente e um buraco atrás que, cada vez que eu a usava, ficava maior. Mas eu acho que o que ela não aguentou, foi mesmo eu empresta-la a quatro amigos que se divertiam com ela. Eu sempre lhes disse para eles irem com calma, mas desta vez foram os quatro juntos e isso foi demais para ela... Foi-lhe fatal!
A velhinha desmaiou.

Como está Sr. Feliz?

Como está Sr. Contente?
Cada fotografia encerra uma história muito própria e traz-nos à recordação coisas que nem ao Diabo lembram.
Hoje, quando deitei os olhos nesta relíquia dos meus tempos na Briosa, veio-me à ideia aquela rábula, feita na RTP, pelo Nicolau Breyner e Herman José e de que todos se lembrarão com certeza.
Mil e uma recordações me desperta esta imagem, mas que querem, foi aquilo que em primeiro lugar pensei quando olhei para ela.

O Rancho da Porca!

«Esquadrilha do rancho da porca»
Que quatro! Eu, Sotero o Fotografo, Fuzileiro Chera e Mar. Merg. Delgado

Mesmo que o grupo fosse reduzido para uma fresquinhas, havias aqueles que nunca faltavam
como será fácil constatar pela sua presença em muitas das fotografias.

!!! Cerveja cristalina , era a dois M e Laurentina !!!

Quando acabada a refeição, normalmente a regadela continuava, pois as multas aplicadas por infractores, eram eram regras inventadas, pois elas vinham dos nossos antepassados e não haviam atenuantes. Um dos exemplos e a que mais infractores ocasionava, era quando algum de nós deitassemos dentro da travessa uma fatia de cêmea, depois de lá ser metido ninguem poderia comer enquanto não fosse retirada. Muitas multas, porque propositadamente nos procuravamos distrair uns aos outros. Não se percebe que no presente se tivermos uma vida preenchida, tenhamos o desejo de que o passado regressasse, até porque a lei da vivência não o permite, e ainda bem que tudo o que nasce morre, mas verdade que casos ocorridos no passado e quando recordados, por vezes levam-nos a esquecer o que anteriormente foi afirmado. Mas seguramente que recordar o passado é viver duas vezes.

Me... Tarzan!


A aguardar texto

Encosta-te a mim!


A aguardar texto

Serenata!


Aguarda texto a condizer

As Lanchas do Niassa!



São inúmeras as vezes que recorro ás Fotos das Lanchas no Lago Niassa. Pois é.....
Deslocavam-se assiduamente ao Malawi para transportarem combustível e assim era possivel trazer outrs coisas, como por exemplo, as famosas e apetitosas galinhas, coelhos, etc., etc..

Dedicatória!



DEDICO ESTE BLOGUE AO AMIGO JOSÉ LUIS TORRES COMO PROVA DE ADMIRAÇÃO
PELO DESAFIO E O AMOR QUE PARTILHA EM TERRAS DE ALÉM - MAR
Dedicatória em 21 de Junho do ano de 2009.

José Luis Torres!

Tomei conhecimento por vários Orgãos de Comunicação, que o trabalho inovador que está a procurar desenvolver é fabuloso. Seja no Campo da Educação, Saúde ou Agricultura.

Importantíssimo consultar a Associação Niassa Portugal Amizade.




VAMOS AJUDAR A CONCRETIZAR ESTA ASPIRAÇÃO SOLIDÁRIA EM METANGULA

UM HOMEM PORTUGUÊS = NOME: JOSÉ LUIS TORRES - UM EXEMPLO


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Do Valdemar Marinheiro com um abraço
29/06/1950

PARTICIPE COM O SEU TESTEMUNHO . RECORDAR É VIVER DUAS VEZES

Paixão!


Metangula - 1968. Esta imagem é um testemunho da minha paixão pela colecção de decalcomanias da vida selvagem africana.

A - de Admiração ou Amizade!

*~*~*
A Boina Simbloliza a amizade que nutria por muitos amigos fuzileiros especiais do CF9. Em Metangula deliciavam-nos com os seus Jogos de Futebol de Salão. Eram «Verdadeiros Craques da Bola», alguns dos membros da 9ª Companhia de Fuzileiros Especiais.

O Rei da Selva!

Recordar é Viver duas vezes

Cena do dia-a-dia da selva africana que eu conheci tão de perto. Embora tenha ouvido contar histórias de caça, do mais mirabolante que se possa imaginar, nunca tive o prazer (ou a falta de sorte) de testemunhar uma cena destas ao vivo.
Não que eu admiro a natureza, mas não sou maluco!

O Panzer!

Pleno de Felicidade, porque vê sempre um na Frente

Quem inventou os carros blindados deve tê-lo feito a pensar neste soberbo animal. Vive na natureza e enfrenta os seus inimigos tal como o Adolf Hitler fazia na Alemanha, nos tempos do III Reich.

Imagem de paz em tempo de guerra!


Lago Niassa Metangula, onde ao fundo se vê o Monte Tchifuli e a casa do Lado Direito é o Aviário, no qual se criavam frangos de qualidade supreior
Uma coluna de fumo na encosta do monte. Aqui em Portugal significaria um incêndio que seria preciso apagar. Lá não passava de uma queimada, necessária para limpar a terra do capim, do feijão-macaco e das cobras que ninguém queria ver por perto.

O Lago!

Nas Pedras, onde nos deliciavamos com os banhos de sol

O Lago com as suas águas cristalinas e os seus peixes que, à falta de melhor, nos serviam de fonte de alimento, era como o Paraíso para nós. Ali nos refrescávamos fugindo do escaldante sol africano, ali matávamos a sede e ali passávamos as melhores horas dos nossos tempos de lazer.

Horas de descontracção!

Uma Imagem que se repetia diáriamente, Laurentina ou a Dois M (Cerveja)

Os cantos Alentejanos na Cantina do Neves e tantas e tantas outras recordações que nos enche de satisfação e alegria as poder recordar. A viola que comprei á sociedade por 500 Escudos e que nunca cheguei a aprender a tocar, mas valeu pela recordação que ainda hoje tenho dela quando a revejo nas fotos.