Seguramente terei sido eu aquele a quem menos custou fazer todo o percurso (salvo todo aquele aparato militar a que não estava habituado) que visava defender-nos dos prováveis ataques dos Guerrilheiros da Frelimo. O vai p´ra terra, vai p´ra terra e as faúlhas vindas da caldeira da máquina locomotiva que pela sua antiguidade queimava mal o carvão. Há muito me tinha já habituado aqui nas locomotivas da Mina do carvão do Pejão.
Mas seguíamos com muitas reservas e, porque não, receosos, pois todos sabíamos que em caso de um forte ataque as coisas seriam complicadíssimas, pois quer queiramos aceitar, quer não, as tropas normais do Exército português estavam muitíssimo mal preparadas para a Guerra de Guerrilha. Não há tropas bem preparadas (a exemplo), porque um guerrilheiro (como eu conheci) num dia percorre mais de duzentos quilómetros perseguindo as colunas das nossas tropas.
A viagem prosseguiu com a saída do Catur, chegando a Vila Cabral e com destino ao Niassa (diário de um guerrilheiro - Dar-Es-Salam, Tanzânia). Chegado a Vila Cabral, aí pernoitamos, um frio de rachar, valeu na circunstância ter levado comigo a maca e os cobertores.
Lá seguimos viagem e mais uma confusão na Curva do Caracol, tiros de cá e tiros de lá, mas apenas e só disparos das nossa tropas. E sempre rumo ao Lago Niassa e nas Lanchas até Metangula - "O Paraíso Escondido".
Sem comentários:
Enviar um comentário