segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pedido e oferta!

Há muito que vou pedindo ao meu Pai Natal, apesar de reconhecer que tantos serão os pedidos, que dificilmente poderei ser atendido. Sem exigências, vou continuando a pedir, porque isso enche-me de felicidade. Tenho vontades e desejos, as saudades dos meus amores ganhos são muitas pelas viagens rumadas pelos mares de Navegantes e as Terras onde vivi e me apaixonei, mais as que conheci nas quais tive pequenas paragens e onde aprendi a gostar.
Foi realidade e somente realizável, por ter tido o privilégio de ter servido na Armada, e foi graças a esta Mãe adoptiva, que tanto quero e amo, que foi possível acrescentar mais amores e paixões àquelas que já tinha. Mas por vezes em sonhos, outras em alucinações, levam-nos a viver realidades que duram por horas que com a intensidade que interiorizamos essa vivências levam-nos a percorrer e a estar tempos do antigamente.
Foi-me concedido e eu senti e vivi a partida da Doca de Alcântara, a bordo do velho Índia, a saída de S. Julião da barra, apostei e ganhei o Totomilhas. Bati as cartas do jogo da batota e ouvi os soldados a reclamarem do barulho que nós, os 32 marinheiros, provocávamos, já que podíamos dormir todo o dia enquanto que para eles tocava a alvorada. Fazerem queixa ao Comandante da sua Companhia que nós, os Marinheiros, com os gases saídos pelo anal, fazia um ruído enorme, e o Comandante de Bandeira, pertencente à Marinha de Guerra, responder-lhe:
- Comandante, enquanto os meus marinheiros disparem essas bombas os submarinos não nos atacam e o navio não se afunda.
Também o sabor do salpicão, presunto, bom vinho, etc., que cá da terra me tinham pedido para levar e mandar para um amigo do Exército que estava no mato em Moçambique. Azar que o mau tempo e o abalroamento do navio, entrou água que estragou as carnes e a bagalhoça partiu as garrafas (já foste!).
Chegado a Angola e um caixote cheio de cartas da namorada. A todas elas uma só resposta - querida desculpa o passado, que eu casar não caso. Se não tinha ouvido combinarem o casamento porque carga de água haveria eu de casar? Lá nisso, nos 32 estavam mais dois nas mesmas condições. Vida de marinheiro. Vai marinheiro, vai, vai.
Seguindo rota e numa navegação de cruzeiro, onde o navio não atingia mais de 15 milhas (1852 metros) por hora, lá nos vimos chegados a Lourenço Marques.
Filhos da Escola, que tal a dobrada, o camarão, a Laurentina e a Dois M? Já para não falar das Maparras!
Dois dias e lá seguimos viagem até á Beira. A Guerra do Petróleo ( Os fados do Alfredo duarte Júnior ( Filho do saudoso Alfredo Marceneiro) no Moullim Rouge.
Depois, o Índia segue para Macau e nós para o comboio do Catur.

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