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Quando, na passada segunda feira, me encontrava com dois amigos e falava com um deles da nossa estadia em Moçambique, ele como condutor do Exército e eu como Marinheiro, eis que entra na conversa um outro fulano.
Parem de falar de Moçambique, porque quem aqui pode falar sou eu que sou o mais antigo, eu que lá estive 53 meses e o meu amigo de peito que lá esteve 25 meses. Eis que ele, como Polícia de Segurança Pública, tinha lá estado oito anos.
Todos tínhamos muitíssimas histórias para contar. Como é evidente, nem todas eram boas, mas a mais trágica onde esteve o meu amigo de peito, o Manuel Cardoso, quando a barcaça se afundou no Rio Zambeze.
Ele que, no Rio Douro, juntamente com o seu irmão António já estivera quase afogado, não fora a coragem e rapidez do Ti Zé do Paulo que deitara uns Pardelhos na Ovelha junto ao Carneiro e ao aperceber-se conseguiu salvá-los a ambos. Esta lição ter-lhe-á servido de aviso para que aprendesse a nadar. E o ter aprendido salvou-lhe a vida no citado afundamento. Afogaram-se inúmeras pessoas em Moçambique.
Falamos ainda, durante imenso tempo, de outras coisas boas e maravilhosas passadas naquela terra de Além Mar, mas que tivemos a sorte de lá viver e muito mais no meu caso que a guerra me passava toda pelas mãos , mas felizmente só nos papeis.
Infelizmente que as coisas em Moçambique não tem corrido pelo melhor, mas como me disse um comandante da Frelimo, eles tinham consciência de que as coisas seriam tremendamente difíceis. E que previam serem necessários uns 20 a 30 anos para que as coisas ficassem arrumadas.
Do fundo do coração, espero que assim seja e que este Povo martirizado venha a desfrutar de paz tranquila e consiga viver em plena felicidade, num futuro muito próximo.
Quem por lá passou e conheceu Moçambique e o seu povo, sabe que merecem um final feliz. E que já este Natal de 2009, que se aproxima, lhes proporcione melhorias significativas e que o ano de 2010 lhes traga melhorias significativas.
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