Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Aníbal Cavaco Silva,
O meu nome é Catarina Patrício, sou licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, fiz Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sou doutoranda em Ciências da Comunicação também pela FCSH-UNL, projecto de investigação "Dissuasão Visual: Arte, Cinema, Cronopolítica e Guerra em Directo" distinguido com uma bolsa de doutoramento individual da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A convite do meu orientador, lecciono uma cadeira numa Universidade.
Tenho 30 anos.
Não sinto qualquer orgulho na selecção de futebol nacional.
Não fiquei tão pouco impressionada...
O futebol é o actual opium do povo que a política sub-repticiamente procura sempre exponenciar.
A atribuição da condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique a jogadores de futebol nada tem que ver com "a visão de mundo" (weltanschauung) que Aquele português tinha.
A conquista do povo português não é no relvado.
Sinto orgulho no meu percurso, tenho trabalhado muito e só agora vejo alguns resultados.
Como é que acha que me sinto quando vejo condecorado um jogador de futebol?
Depois de tanto trabalho e investimento financeiro em estudos?!!
Absolutamente indignada.
Sinto orgulho em muitos dos professores que tive, tanto no ensino secundário como no superior.
Sinto orgulho em tantos pensadores e teóricos portugueses que Vossa Excelência deveria condecorar.
Essas pessoas sim são brilhantes, são um bom exemplo para o país... fizeram-me e ainda fazem querer ser sempre melhor.
Tenho orgulho nos meus jovens colegas de doutoramento pela sua persistência nos estudos, um caminho tortuoso cujos resultados jamais são imediatos, isto numa contemporaneidade que sublinha a imediaticidade.
Tenho orgulho até em muitos dos meus alunos, que trabalham durante o dia e com afinco estudam à noite...
São tantos os portugueses a condecorar... e o Senhor Presidente da República condecorou com a distinção de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique jogadores de futebol... e que alcançaram o segundo lugar... que exemplo são para a nação?
Carros de luxo, vidas repletas de vaidades... que exemplo são?!
Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos,
Catarina
O meu nome é Catarina Patrício, sou licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, fiz Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sou doutoranda em Ciências da Comunicação também pela FCSH-UNL, projecto de investigação "Dissuasão Visual: Arte, Cinema, Cronopolítica e Guerra em Directo" distinguido com uma bolsa de doutoramento individual da Fundação para a Ciência e Tecnologia.
A convite do meu orientador, lecciono uma cadeira numa Universidade.
Tenho 30 anos.
Não sinto qualquer orgulho na selecção de futebol nacional.
Não fiquei tão pouco impressionada...
O futebol é o actual opium do povo que a política sub-repticiamente procura sempre exponenciar.
A atribuição da condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique a jogadores de futebol nada tem que ver com "a visão de mundo" (weltanschauung) que Aquele português tinha.
A conquista do povo português não é no relvado.
Sinto orgulho no meu percurso, tenho trabalhado muito e só agora vejo alguns resultados.
Como é que acha que me sinto quando vejo condecorado um jogador de futebol?
Depois de tanto trabalho e investimento financeiro em estudos?!!
Absolutamente indignada.
Sinto orgulho em muitos dos professores que tive, tanto no ensino secundário como no superior.
Sinto orgulho em tantos pensadores e teóricos portugueses que Vossa Excelência deveria condecorar.
Essas pessoas sim são brilhantes, são um bom exemplo para o país... fizeram-me e ainda fazem querer ser sempre melhor.
Tenho orgulho nos meus jovens colegas de doutoramento pela sua persistência nos estudos, um caminho tortuoso cujos resultados jamais são imediatos, isto numa contemporaneidade que sublinha a imediaticidade.
Tenho orgulho até em muitos dos meus alunos, que trabalham durante o dia e com afinco estudam à noite...
São tantos os portugueses a condecorar... e o Senhor Presidente da República condecorou com a distinção de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique jogadores de futebol... e que alcançaram o segundo lugar... que exemplo são para a nação?
Carros de luxo, vidas repletas de vaidades... que exemplo são?!
Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos,
Catarina
4 comentários:
Pelo que li, e percebi, nesta carta escrita por uma senhora de nome Catarina, e dirigida ao senhor Presidente da República.
Me pareceu que a referida senhora, pensava em ser condecorado e não foi, por isso ficou melindrada, por o senhor Presidente da República ter condecorados os jogadores de futebol.
Senhora Catarina a inveja não é boa conselheira.
Mais precisamente numa pessoa que diz ser tão brilhante.
Não teria ficado surpreendido com a sua missiva, se por acaso ela missiva tivesse sido escrita por uma pessoa com menos formação, do que a sua.
Isto é apenas o que penso, em liberdade.
De maneira alguma a pretendo ofender.
Para ti amigo Valdemar, desejo muita saúde.
Um abraço
Eduardo.
Também não concordo com a distribuição de medalhas e comendas a torto e a direito que se faz no Dia de Portugal.
Mas também não vou muito à bola com a maneira como a Catarina expõe aqui o problema.
Não haveria medalhas suficientes se quiséssemos premiar todos aqueles que merecem, pois há muita gente boa e a fazer coisas boas em Portugal.
Valha-nos isso, a título de consolação.
Pelos vistos a doença por uma bola contagia até o mais alto cargo da nação, bravo Catarina, se te conhecesse pessoalmente dava-te os parabéns pela coragem, diga-se o que está errado, foi para isso que alguém teve a feliz ideia de preparar o 25 de Abril de 74, e mais não digo!
Medalhem mas é o SCP que acabou de ganhar à Lazio... PARABÉNS VALDEMAR!
Valdemar Alves
Enviar um comentário