O frio acendeu-se na deslocação dos corpos
a terra já não produz o sémen da colheita
nem a foice corta o centeio amarelecido
o homem já não grita, liberdade
já todos o esqueceram perto do dedive.
Os barcos fazem escala na maré, ora-se
a um cristo feito de barro, de cabelo comprido,
espinhos cravados, sempre com as mesmas lágrimas
presas nos olhos feitos em sangue.
Os peixes já não morrem pela boca
imobilizaram-se no sono antigo da pesca
o chaile negro esvoaça sobre o saragaço
amalgamado o lixo crestado dá à costa.
A luz extingue-se lentamente
na cadeia de Peniche,
no interior da mão envelhecida
o sangue ainda escorre pela parede.
Apaguem as velas
antes que a escuridão
ouça
os meus passos.
Por tudo isto venero o meu Rio, e de dentro do meu barc, invoco todos os deuses que caminham sobre as águas acreditando convictamente, que dentro delas saiem todas as forças interioriza-se em mim e me dão coragem para vencer.
Obrigado meu rio.
Conversas com um Rio
2 comentários:
E vencerás, conserteza Amigo Valdemar, tens força para dar e vender, disso não duvido.
Boas melhoras
Um abraço
Virgilio
Falaste com teu rio,
O que ele te disse Valdemar
Mesmo que faça frio
Connosco vais continuar.
Teu poema é lindo,
Que bem o escreveste
Quero ver-te sorrindo
Tua alegria não esqueceste.
Não se apaga a luz,
Acesa vai continuar
Põe na cabeça um capuz
Falar com teu rio Valdemar!
Quando escreveres novo poema,
Não o escrevas tão triste
Gostei do tema
Mas, pensei que não sorriste
Porque me enganei no lema
Valdemar não fiques triste.
Um abração para ti meu amigo,
e rápida recuperação te desejo.
Eduardo.
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