sábado, 8 de janeiro de 2011

A Virgindade os Namoricos e o Homem das Castanhas



No Menino que começa a crescer no dia a dia = Mar e Mar Ir e Voltar
        riodouroniassa.blogspot.com

Ontem quando recebi um e-mail  que me foi enviado pelo Filho da Escola Xará Valdemar Alves que se encontra na Austrália "mas que, recebe lá coisas maravilhosas como aquelas que me enviou da Lisboa, antiga  a Lisboa que me deu imenso prazer lá viver e a conhecer por dentro e por fora, onde fui feliz.
 Numa dessas fotos trazia o antigo vendedor e assador de Castanhas. Foi recordar o tempo quue em Lisboa tantas vezes comi essa bela e saborosa castanha, ao mesmo que a bela sardinha assada a pingar no Pão em Noites de S. João, e não só.
Trouxe-me de novo à mente,  a minha primeira namorada  na Cidade do Porto,que conheci numa Festa da Senhora das Amoras " Oliveira do Arda/Raiva/Castelo de Paiva" segundo a lenda onde houve um Milagre que os sobreiros davam amoras" (Pudera com silvas lá pelo meio).
Vim  depois até ao Porto e combinamos o local e a roupa com que cada um se apresentaria. Quizemos fazer surpresa e um e outro vestimos roupas diferentes.
Esperei ali pelo Largo do Pereiró, já que ela Sopeira (Fidalguinha para um Aldeão com cerca de 15 anos e que há pouco tinha perdido a virgindade ali ao lado do quartel da tropa em Penafiel, que se fosse hoje se calhar a Elisa Muda  = Senhora dos seus trinta, seria julgada por abuso sexual de menor?) "Tenho que lhe agradecer o segredo que ela nunca falou para ninguém o que me tinha feito, já que a pobre morreu muda".
Enquanto a beldade não chegava lá me fui abordando do Homem das castanhas e como a confirmar se era ali que começava a Rua que iria dar à Rua da Videira, mas queele tão entretido com o Pregão, não me ligava patabina, lá contuava a cantarolar e tantas vezes o repetiu que o decorei e jamais o esqueci e que era este:
Olha o Século
Olha o Notícias
O Diário Popular
O Diário de Lisboa
Acabado de chegar.
Compre Castanhas das quentinhas e boas.
Não sei ao cabo de quantas vezes, lá se dignou a responder-me e com aquela voz tripeira :- ouve lá ó morcão não vez que está acola uma rapariga  que deve ser ela. Lá me fui dirigindo e finalmente ao me aproximar a fui reconhecendo, e ela a mim. A+resentação feita, lá seguimos por indicação dela até ao Jardim da Boavista.
Lá nos sentamos num dos Bancos vazios e em redor toda a gente se agarrava menos eu. A vida estava a ser complicada e as palavras não saíam, porque eu não sabia o que devia fazer. Passados uns minutos por lá passou um daqueles vendedores de livrinhos de sonhos de amor, e lá comprei uns dois.
A coisa arrebitou e passados uns bons minutos foi ela a agarrar-se a mim e eu muito envergonhadamente lá comecei também a ir aprendendendo a mexer as mãozinhas e começar a tocar piano e ums beijitos nas faces. "Era uma fortuna fabulosa naquele tempo, só mesmo na cidade"
Andei por ali uns três meses, que foram muito bons e me deram uma grande escola. ela era bem melhor que milho assado.
Talvez o meu percurso seguinte tenha sido traçado aqui e nos passos seguintes até tenha sido talvez eu o menos culpado. Não precisei muito de conquistar! conquistavam-me. Foi um bocado assim até aos trinta e dois anos. Tudo relativamente acrescido de alguma facilidade.

6 comentários:

Tintinaine disse...

A expressão «boa com'ó milho» eu já conhecia.
Agora «melhor que o milho» ainda não tinha ouvido!

Valdemar disse...

Imagino que por essa altura "Os Porfírios" ainda não existiam... porque senão chegavas ao Porto exibindo umas calças à boca de sino e uma camisa de flores... e então aí a sopeira ficaria derretida... Belissima história!
Valdemar Alves

Valdemar Marinheiro disse...

Não as Calças bocas de sino e os Sapatos à Bispo que tinham por cima uma parte Branca vieram talvez uns dois anos mais tarde.
A Casa Porfírio aqui no Porto vri mais tarde e o meu Irmão mais novo, mesmo que fosse para comprar uma meias deslocava-se daqui lá.
Tal como eu em Lisboa tinha a mania da Chancela das Camisas da Rua do Ouro ou da Prata, quando as Sucursais no Martim Moniz vendiam-nas a menos de metade do preço.
Tintinaine;- Quanto à expressão melhor que o milho assado eu gostava e gosto muito de o comer assim um tipo Pipocas. Ela era mesmo não uma Brasa mas um Braseiro. Percebe-se !!!!
Ao falar nisto veio-me à Ideia e Recordações Cabo - Verdeanas.

António Querido disse...

EU que era QUERIDO, nunca tive essa sorte! Se não me fizesse a elas, tinha que chupar no dedo!

Edum@nes disse...

Que os sobreiros dava "boletas" já, eu que sou alentejano sabia, mas essa das amoras deconhecia. No entanto, as amoras eram das silvas que trepavam pelos sobreiros a cima. Só tu Valdemar, para nos fazeres rir com tuas istórias de humor. Pelos vistos nas localidades por onde passaste encontraste uma namorada. Então quer dizer que nessas localidades foste muito feliz? Quer dizer que para tua máquina aquecer foi preciso o calor dela.
Mexer as mãozinhas, para piano, tocar, aprender
a beijar as faces dela. Belos tempos amigo Valdemar, que agora só nos resta recordar.

Observador disse...

O Valdemar é uma máquina, com namoradas ou sem elas, tem uma quantidade de Histórias vividas que é de tirar o fôlego.
Mas em relação aos vendedores de castanhas, ali junto ao Largo de São Domingos esquina com o Rossio, e perto da ginginha, costuma lá estar um, é natural que ainda existam vários por Lisboa, mas ás horas que eu ando por lá, só ainda vi este que escrevi atrás.
Um abraço
Virgílio