quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Sapateiro = Memórias da Minha Infância.

Vejam as fotos públicadas hoje no blogue:
eucontraele.blogspot.com
        Façam p.f. o vosso comentário, ajudar custa tão pouco

                          ÉS MESMO UM " SAPATEIRO"!
                          Olha que serviço o  teu?
                        Isto é obra que se apresente?
- Era a expressão que se utilizava  (e ainda hoje há quem a use ) para depreciar um trabalho que não agradava e para apoucar quem o tinha executado.
Mas não é nesse sentido que hoje tenciono empregá-lo.
No meu tempo de criança e até aos meus vinte anos, os sapateiros avulsos abundavam pelas freguesias.
Nesses bons velhos tempos era fácil encontrar-se onde menos se esperava um sapateiro à porta de casa, acomodado num banquito de madeira com uma abertura no meio para tranquilidade do traseiro.
Na frente, a banqueta de trabalho.
Um pouco de cavaqueira com um amigo que passasse que dava para espairecer e às vezes mesmo para ir mais longe...
O Chocalho do Sapateiro Alentejano...
Numa Vila Alentejana um desses muitos Sapateiros existiu em tempos que trabalhava no rés -do-chão da casita com frente para uma das ruas com mais movimento.
Talvez por brincadeira e para ajdar a passar o tempo, teve a ideia  (por alguns considerada extravagante ) de comprar um chocalho grande, como costumam usar os bóis de guia ou os cabrestos que acompanham os touros e ajudam a recolhê-los ao touril no fim das lides nas touradas.
De vez em quando o nosso sapateiro tocava o chocalho.
A principio ninguém sabia o que aquilo significava mas veio a descobrir-se que a música se fazia ouvir quando passava algum individuo a quem a mulher era infiel.
O certo é que o chocallho tovcava algumas vezes ao dia, com grande escândalo da vizinhança, que assomava à porta ou à janela para ver quem era o desgraçado.
Um dia estava a conversar com o nosso homem um dos indivíduos já visados quando passou na rua um filho do sapateiro há pouco tempo casado mas de quem se dizia que a mulher o "enfeitava".
Então o tipo, virando-se para o mestre sapateiro, não se conteve  e disse em tom chocarreiro: toque-lhe o chocalho, vá, toque...
O pobre homem olhou e ao ver que quem passava ea o filho ficou varado e daí por diante nunca mais se ouviu o chocalho alarmante.
Ao retirar-se, o outro não se conteve que não sentenciasse:
"Quem tiver telhados de vidro não deve atirar pedras ao do vizinho.
Esta história ficticia ou poderá até ser verdadeira, não visa beliscar minimamente a dignidade da mulher alentejana por quem nutro uma grande estima e respeito.
Viva o povo alentejano.

5 comentários:

Edum@nes disse...

Em primeiro lugar cumpre-me perguntar como está o meu amigo Valdemar Marinheiro. Ao mesmo tempo desejando uma boa noite com muita saúde, alegria paz, amor e carinho junto dos que te são mais queridos.

Agora não quero deixar para amanhã o que posso escrever hoje,

O sapateiro alentejano,
Foi um chocalho comprar
Para tocar aos "efeitados"
Quando na sua rua iam a passar
Um dia o seu filho por lá pssou
O chocalho ficou sem tocar
Um "efeitado" estava dizendo
Para o sapateiro ao filho
o chocalho tocar.
Calado ficou
De seu filho se tratava
O chocalho nunca mais tocou
Só para os outros o chocalho tocava.
Com ou sem graça
O sapateiro alentejano
Só aos outros gostava de fazer chalaça.
Dar aos outros o que em troca gostariamos de receber.

Gostei desta. Manda mais!
Um abraço.
Eduardo.

Anónimo disse...

Para Vocemecê Compadri Eduardo.
Atã que nã havia de correr bem.
Amigo e Companheiro.
Este correr bem é de todos nós e não de uma só pessoa, em conjunto com a equipa de técnicos saúde, assistentes e todo o pessoal envolvente.
Ela é de todos: quantos, de uma ou outra forma nos tem ajudado a manter esta moral em alta.
Sem iludir ou procurar manter falsas expectativas, quando o paciente está altamente mentalizado (super motivado para o combate) é meio caminho andado para a recuperação.
Tal como uma boa peça de Ferramente é meio artista.
O meu reconhecimento a todos e a ti muito em especial.
Esta tua solidariedade é de um senhor humano portador de enorme um generosidade e de um coração onde não de cansa de brotar amor.
É uma honra contar com a tua sã amizade.
Um abraço sem cacimbamento do nosso Lago Niassa com um Porco Espinho do Rio Zaire.
Onde da Fragata Hermenegildo Capêlo enviavamos o Bote e Pescamos vários.
Se a carne era boa!!!
Nã era nã Sinhor.
Era Super Boa.
Sabia sempre a pouco.
Óptima quinta -feira.
Valdemar Ferreira Marinheiro

Observador disse...

Não sei se por acaso ou se era mesmo defeito de fabrico, os Sapateiros lá do meu sitio também tinha a lingua afiada, para o «corte» não havia melhor, nada lhes passava ao lado.
Um abraço
Virgilio

Tintinaine disse...

E tinham, como que por acaso, a sua bancada de trabalho sempre em frente da porta e trabalhavam virados para a rua. Não passava ninguém que eles não vissem.
Porque seria?
Que responda quem souber!

Valdemar Marinheiro disse...

Hoje alterei a minha fotografia de perfil na conta Google.
Sempre quero ver se ela aparece agora ou não!