quinta-feira, 13 de maio de 2010

Já não há pachora


A História repete-se a si própria e já não há pachorra para palavras novas.

     Ao contrário do que foram as juras recentes do mentiroso compulsivo de serviço, o Governo chefiado pelo dito prepara-se, tudo o indica, para subir o IVA, mexer nos salários dos trabalhadores, sacar o que puder do Subsídio de Natal, do Subsídio de Férias... tudo para «arrecadar» os quase dois mil milhões de que necessita para fazer a vontade aos donos. No caso (por certo altamente improvável e inesperado para os cérebros que inventaram esta “solução” para o défice) de o abrupto aumento do IVA e, portanto, da subida dos preços de praticamente tudo, acrescido do corte directo nos salários, prestações sociais, etc., etc., provocarem mais uma forte contracção no consumo interno, quebra de produção, perda de postos de trabalho e a respectiva diminuição de colecta de impostos, anulando a maior parte da expectativa de “arrecadação” desejada pela "Mofina Mendes" que manda no Ministério das Finanças, presumo que os génios que nos governam porão as caras de parvos do costume e empurrarão a culpa para a crise internacional e para aqueles que “insultam” e muito justamente vaiam em público Sua Excelência o Presidente do Conselho, o que será mais um pretexto para aumentar a segurança pessoal a Sua Excelência, notoriamente "ameaçada" por estas manifestações “antipatrióticas”, quase todas de índole comunista... e criar nas forças policiais um verdadeiro, novo, democrático e moderno espírito de Polícia de Intervenção e Defesa do Estado. Se, contra esta minha previsão de amador, conseguirem mesmo arrecadar os milhares de milhões que pretendem... na verdade não será uma grande proeza. Se eu assaltar uns quantos bancos, tendo a polícia a proteger-me, em vez de me prender, também sou capaz de “arrecadar” uma pipa de massa em pouco tempo. “Arrecadadores”. Pode estar aqui a nascer um belo neologismo neoliberal, como lhe chamaria o Sérgio Ribeiro. 
No entanto, dada a minha idade avançada, acho que prefiro ficar na minha.... e continuar a chamar-lhes apenas ladrões. 

O Casamento do Bloco Central
              I
A moda, como está ela !..
De não pedir a filha ao Pai
É chegar, e pegar nela:
Senhor sogro, ela cá vai?
              II
Os dois fizeram um juramento
Num amor puro e forte
Combinando um casamento
De se amarem até à morte
             III
Mas o Povo saberá
Libertar-se desta tensão
Com a sua luta, conseguirá
Que eles paguem esta traição.

2 comentários:

lmdoliveira disse...

no ultimo verso é mais refodelos até há morte.
De resto nada a acrescentar ou a retirar como e ousa dizer está no ponto!

Anónimo disse...

Hoje ouvi um jornalista muito pesaroso porque o Presidente da Republica era o que mais perdia com os tais cinco por cento de desconto para Políticos, pois dizia ele que dos sete mil e quinhentos euros ia descontar quase quatro-centos, e a mim quase me vieram as lágrimas aos olhos, pois não é que o Homem se tem que governar com as três reformas que já tem no papo, e que dão nove mil e trezentos euros mês. Hoje para se despedir o Papa foi ao Porto de Jacto, deve ser por vingança por lhe tirarem mais esses trocados, pois de outra maneira teria ido de carro que sempre era um pouco mais económico, bagatelas para estes anjinhos que nos pedem sacrificios enquanto eles fazem figuras de novos ricos.
Um abraço
Virgilio Miranda