domingo, 29 de maio de 2011

A mais que esperada indignação

As dezenas de anos dos desgovernos. " A TROIKA"
Os maus governos provocam o descontentamento. E, quando transportam a injustiça, despertam a indignação.
É do prefácio de os "Avós dos nossos avós", de Aquilino Ribeiro, que transcrevo. "Sendo o português sociável por excelência, na vida prática, para lá da boa intenção, é o mais inaglutinável dos viventes. E porquê? Porque associação implica vontade, disciplina, sobretudo esforço a longo prazo (...) nesta aversão pelo associacionismo o elemento de repulsa não é representado pelo amor da liberdade (...) antes rebeldia aos vínculos morais, atonomia perante o dever social, impropriedade do seu individualismo para tudo o que tenha caracter colectivo".
Pergunto: a indignação cevar-se-á nela própria? Limitar-se ao prazer de protestar aqueles que protestam?
Votam nos partidos que os traíram  e voltam a trair. Muitas vezes até os declaram mortos! Mas tais mortes nunca deveriam ser como a morte do ideal democrático. Porque o ideal ainda que traído nunca morre. Dizermos que não queremos não leva a nada, pelo contrário leva ao descrédito.
A indignação é a revolta da ética ofendida que urge savar e reforçar.
Mostrar-lhe a nossa indignação é utilizarmos a maior arma da democracia.
Penalizá-los é não lhe darmos o nosso voto.

3 comentários:

O Ainda indeciso disse...

Mas isso como já ouvi alguém dizer, e com o qual concordo, não será virar as costas ao País? Estou mais de acordo, embora sabendo que nada vale, metermos lá um daqueles que nunca lá esteve!

Observador disse...

Ó Amigo Valdemar
Também esperei muitos anos pela oportunidade de poder votar, antes do 25 de Abril, embora já tivesse idade para votar nas Eleições/farsas de 69 e 73, não me deixaram, mas agora cansei de ser enganado, a ultima vez foi há muito pouco tempo, lembras-te bem, ambos apoiámos o que parecia uma alternativa aos actuais vícios partidários, e que aconteceu? pois o «amigo» Nobre foi agora juntar os trapinhos com aqueles que criticou então, ainda estou engasgado, desta não me enganam.
Um abraço
Virgílio

edumanes disse...

Ainda,que essa seja a nossa arma de defesa. Não julgo ser a maneira eficaz para os afastar do poder político? Todavia, esse processo também pode ser contra a nós? E contribuir para pôr em causa as instituições democráticas vigentes.
Com muitos ou poucos votos. O partido que for mais votado formará governo. E, no caso de ninguém votar. Como, quando e por quem seria o governo constituído? Será que continuava a haver um governo que respeitasse as liberdades alcançadas no dia 25 de Abril de 1974?
Esta é a minha maneira de pensar!

Um abraço
Eduardo.