segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Maria - Um (outro) conto de Natal



Uma Mãe em desespero...
no blogue
valdemar-rio.blogspot.com

Enquanto não nos for possivel , serem todos os dias de um verdadeiro espirito Natilício?!!! 


(Gustav Klimt - "Mother and child")
   O seu nome é Maria. É mãe de cinco crianças. Trabalhava na cantina de uma escola... foi despedida!
    Na cantina escolar onde trabalhava a Maria, o destino dos restos de comida é o lixo... e a Maria pensou que poderia levar alguns desses restos para casa, para dar aos filhos, numa tentativa de remediar, mesmo que só um pouco, o ordenado miserável. Enganou-se! Para a “Eurest”, a empresa privada que, com o dinheiro dos nossos impostos, lucra com o negócio de muitas cantinas escolares, para além desta de Vila Nova de Gaia, isso é intolerável e motivo para despedimento.
    Se os meus amigos e amigas se derem ao trabalho de ler a notícia do CM, verão que este nem é sequer um caso isolado; a empresa tem por norma ser implacável com as funcionárias, mesmo que estas se limitem a ter a “ousadia” de guardar umas sobras do seu próprio almoço, no cacifo... para quando chegarem a casa, já tarde.
     Lembra, e bem, o presidente do Sindicato da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restauração e Similares, que a “Eurest” faz parte da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), associação que promove a campanha “Direito à Alimentação”, campanha em que aparece, alegre e mediaticamente, ao lado do Presidente e candidato a “Represidente”, Cavaco Silva, nas suas ações de campanha eleitoral à custa dos pobres… dos quais descobriu, subitamente e por estes dias, ser extensamente amigo.
     É Natal! 
     Tempo em que alguns sentimentos nobres são vergonhosamente obrigados a conviver com a mais abjecta hipocrisia.
   «Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra, aos homens de boa vontade».
     (Evangelho Segundo S. Lucas, capítulo dois, versículo catorze)







2 comentários:

Observador disse...

Li a noticia e não há palavras para qualificar esta atitude, se eram restos como dizia a noticia, a própria entidade patronal deveria (se fosse bem formada) incentivar a sua utilização, para que não fosse para o lixo, mas também já não é para admirar atitudes destas num pais sem rumo e sem moral.
Um abraço
Virgílio

Edum@nes disse...

Quem não tem fome, não se lembra de quem das migalhas dos outros vive. Neste e noutros países. Deste mundo das desigualdades, das injustiças, etc etc. Considero ser um crime impedir ou castigar, quem aproveita as migalhas, ou as sobras que os outros já não querem por terem a barriga cheia. Ao ponto em que as pessoas chegaram. Preferem deitar os alimentos para o caixote do lixo, do que doar a quem deles tanto necessita. Principalmente as crianças indefesas. Que sem terem qualquer responsabilide, dos erros cometidos pelos seus ascendentes. Já estão a ser vítimas da exploração desumana que assola o mundo.