Somos um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonambulo, burro de carga, vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a enrgia de um cooice, pois que nem já com orelhas é capaz de sacudir as moscas...
Razão tinha José Régio.
Surge Janeiro frio apardalento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o decreto da fome é publicado.
Edita-se a novela do Orçamento:
Cresce a misérias ao povo amordaçado.
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.
E enquanto às fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de leyola
Mistura de Judfeu e Vilão
Também faz o pequeno " sacrifício"
De trinta contos - Só! - porque ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
Soneto de José Régio escrito em 1969, mas actualizadíssimo nos dias de hoje.
" O que mais me preocupa:
- não é o grito dos violentos,
- nem dos corruptos,
- nem dos desonestos,
- nem dos sem -ética.
" O que mais me preocupa:
- é o silêncio dos bons!
Martin Luther King. O mesmo se poderá dizer em relacção a tudo o que se passa no nosso país.
4 comentários:
Na minha modesta opinião um dos males que o povo português atravessa neste momento é não sêr verdadeiramente informado... O único assunto que é passado a pente-fino nos mídia em Portugal é o futebol... Hoje o CM diz que 3000 casas foram devolvidas á banca, mas ninguém se dá ao trabalho de imformar que o arcaico Sistema de Arrendamento no nosso país (único no mundo) é o responsável pela tragédia, obrigando os portugueses a comprarem casa... Havendo neste momento uma grandessíssima maioria (creio que a maior da Europa) que continua e continuará a pagar a casa ao Banco, só que CASAS COMPRADAS A CRÉDITO não produzem nem podem sêr exportadas além que não têem rodas quando o cidadão muda de trabalho/localidade e O TAL CRÉDITO para infelicidade "do Zé portuga" não veio da venda de sardinhas e sapatos portugueses MAS SIM DO BANCO CENTRAL EUROPEU!... Quando se deve dinheiro ao vizinho evita-se passar por ele, não vá o gajo pedir-nos a massa e é o que se passa com o tal povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio "sem chêta" para pagar pelos erros cometidos por idiotas à caça de votos que ao longo destes anos nunca tiveram a coragem de mexer na Lei do Arrendamento sendo a desertificacão/casas devolutas de Lisboa um bom exemplo... Três mil casas devolvidas à Banca não é brinquedo nenhum num país com apenas 10 milhões.
Valdemar Alves
Bem visto, amigos Valdemares!
Governos governam de forma a resolver os seus próprios problemas sem olharem aos problemas que causam ao povo. Quando na realidade o mesmo povo é o país, nação e governo que, como irmãos siameses não pode um viver sem o outro onde o sofrimento e as alegrias serão sempre comuns… (vividas a dois).
Vejamos a lei do arrendamento do tempo do Salazar que ao que parece a pobresa teria que ser responsabilidade dos que tinham algo tangivel como: a propriedade horizontal por exemplo, para ajudar o governo a delegar as responsabildades de agasalhar os mais carentes. Claro que, obviamente iria ter (teve) consequências negativas ao desencorajar o investimento dos que gostariam de investir em Portugal, muito em especial a massa colossal migratória espalhado pelo mundo que ao fazê-lo, daria dinheiro ao país sem que nada recebesse em troca, causas e consequências vivem sempre mano-a-mano…, ou não será assim?
Um abraço.
Como arrendar uma casa, pagar 500€ de renda se os bancos incentivaram a comprar essa mesma casa pagando 300€ de prestação mensal e ao fim de 30 anos a casa estava paga, todos caíram neste enredo, até eu caía se tivesse um emprego estável, o problema começou com os Srs.Banqueiros a quererem ganhar milhões à custa dos desgraçados que lhe estavam nas mãos subindo os Spreds sempre que lhes apetecia e exigindo requisitos que lhes dava na tola, como se isso não bastasse começaram as Empresas a dar falência atirando casais para o desemprego, e os Governos a assobiar para o lado, os Portugueses não têm culpa de terem caído nesta armadilha!
Vamos ver o que sai hoje da cimeira Europeia, se sai uma Europa reforçada, se sai uma Europa estilhaçada!
Pois é verdade sim senhor que o povo foi sempre enganado e já no tempo da velha monarquia! Mas também é verdade que fomos sempre um povo que se adaptou e que em última instância recorria à emigração (o mundo é muito grande!).
Só que tudo sofreu uma grande alteração depois da queda do tal muro de Berlim... A globalização veio tirar o português do estado mais melancólico e pacato a que sempre deu preferência... O tempo agora vai bater a todas as portas! Já não há resguardo para ninguém e uma constipação em N. York ou na Islândia pode afectar o estado de milhões de portugueses... Ninguém está imune e nós não estávamos acostumados a este abrir de portas! Num campo os portugueses estiveram muito bem e honra seja feita ao mês de Abril! As portas das Faculdades e das Universidades abriram-se para todas as camadas de portugueses e foi salutar ver ricos e pobres a estudar lado a lado numa competição saudável! E é com enorme alegria que vemos noticiar o bom nível académico de muitos jovens portugueses que discutem ombro a ombro, cá dentro e lá fora, lugares de bom nível quer seja na velha England e nos States... Os nossos emigrantes sabem do que estamos a falar...
Por mim falo, nunca pensei ver no meu país esta grande abertura no campo do ensino! Sei que uma pequena parte da nossa dívida tem a ver com esta alínea, mas considero que foi para uma boa causa! E quando assim é, há tristezas que saem esbatidas e sem brilho algum, porque valeu a pena!
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