quinta-feira, 1 de abril de 2010

Sátira Homens com Gripe

Por vezes  dá um certo Jeito aparentemente  estarmos gripados





(Sátira aos Homens  quando estão com gripe)

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha, Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
Com a devida vênia a A. Lobo Antunes.
Poderá não ser muito correcto fazer uma representação continuada, mas que de quando em vez sabe bem  receber tratamentos especiais da nossa cara metade, isto se a sogra não estiver por perto e acontecer o mesmo que recordou o Neca Rafael, que com a devida Vênia transcrevo

FINGI QUE MORRI
Fingi que morri para ver
De todas, qual mais chorava
E, vi que minha mulher
C´oa mãe, cantava e dançava

Bate à porta o armador
Que vem trazer o caixão
Elas, em gritos de dôr
Desempenham um papelão

Foi-se embora o armador
Sem por, mim ter um conforto
Já nenhuma delas chora
E toca a vestir o morto

A farpela era apertada
Tinha de estar encolhido
Pois tinha sido comprada
A um tipo jáfalecido.

Minha sogra pega e zás
Pensou bem, e de repente
Descoseu a casaca atrás
P´ra abotoar bem, à frente

Depois foram p´ra cozinha
Sem ter dó nenhum por mim
Comeram uma galinha
Depois cantaram assim

O que se leva desta vida é o que se come é o que se bebe
E o que se brinca ai,ai
O que se leva desta vida é o que se come, é o que se bebe
E o mais mal é de quem vai

E só se foram deitar depois de ter escoado
Um valente garrafão
Eu então muito zangado, pior que um gato assanhado
Saltei fora do caixão

Saltei fora do caixão
P´ra não armar mais chinfrim
À sogra deixei um cartão
No qual lhe dizia assim;


Querida sogra, és bestial
P´ra cantar e p´ra sambar
Mas o morto p´ra não cheirar mal 
Levanta-se e vai passear

Não quero estar mais aqui
Já vi bem o que isto é
Guarda lá o caixão p´ra ti
Que eu morrendo vou a pé.
Quem pagou foi a galinha, que não teve culpa nenhuma. A sogra e a mulher mereciam -nas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo Valdemar
Depois duma saborosa vitoria do meu Benfica mas sofredora, sabe bem ler estas maravilhas, que servem como sobremesa após este jogo onde mais uma vez foi de sofrimento.
Um abraço
Virgilio Miranda