Era assim aos Domingos em Nampula
Era um óptimo local que servia de ponto de encontro
Eu estive em Nampula= 1970, 1971 e 1972
Não custa mesmo nada reconhecer; que, nos anos setenta esta simpática e acolhedora cidade podia, ombrear com as mais avançadas da Europa. Aqui respirava-se Saúde. Numa altura em que o mais fácil poderia ser uma autêntica pocilga, dado o grande número de militares ali residentes, e não fossem ser pessoas civilizadas. Se haviam os que para ali vinham para permanecerem por largo tempo, no comprimento da sua comissão de serviço, muitos haviam, que apenas por lá permaneciam o tempo de internamento hospitalar e sua respectiva convalescênça.
Tudo servia de pretexto aos militares que se encontravam na frente de combate, para se possivel virem passar uns dias a esta maravilhosa localidade, mas muitas das vezes só era possivel em troca de exames hospitalares ou mesmo uma cirurgia.
Saídos do Quartel General e vindo até ao Bar do João situado na Metacolia e, para lá chegar normalmente atravessavam-na a cidade de ponta a ponta: -talvez aqui fossem postos perante a fotografia real da cidade,e assim ao primeiro olhar percebiam que ela merecia ser tratada com todo esse carinho.
Certo que a limpeza era uma dos seus principais cartões de visita, mas também verdade; dispunha de coisas aconselháveis e atractaivas. Para já não falar da forma amiga e elevada como os moradores conviviam entre si.
Quem conviveu com gente branca da cidade; sentiu certamente a forma cativante como a população tratava os militares e, os nativos pessoas ordeiras amáveis e respeitadoras.
Nampula tinha muito para oferecer; nos cafés havia um sã ambiente e não se discriminava quem era militar ou civil; as outras atracções como a Piscina, Os Pavilhãos , o Cinema, a Emissora da Rádio, a Represa e tantos e tantos outros locais onde podiamos conviver e partilhar a sã camaradagem. Não falando no Campo de Tiro aos Pratos;onde pela primeira vez comecei a dar uns tiritos e isso tenho a agradecer ao meu amigor Marques esteja ele onde estiver, homem também ele aqui do Norte. Os jogos do Hóquei em Patins com o Fernando Adrião mesmo em fim de carreira ainda era um fenómeno. As sessões de Fados na Fronteira etc etc.
Mas falar do local onde passamos e vivemos no auge da nossa mocidade dois anos não se fica por meia dúzia de linhas. Abri hoje esta primeira parte de recordações, esperando que venha a contribuír para que outros que como eu por lá passaram e, guardam gratas recordações as possam e devam dar a conhecer.
Se este desafio vier a ter resultados positivos vou sentir-me imensamente feliz.
Porque Nampula merece; e, a nós passadas quatro dezenas de anos faz-nos bem mentalmente.
7 comentários:
Eu também lá estive em 73!
E eu em 67! Pena que foram só 2 meses!
Ah! Nampula linda... No tempo que lá estive até me dei conta que havia sul-africanas brancas a trabalharem "no arame"... Mas o que mais me impressionou foi sem dúvida o rancho... Voçês comiam no Comando Naval como uns lordes... Sorte quem teve a felicidade de conhecer os últimos pedaços de Portugal espalhados pelo mundo!
Valdemar Alves
Fico Feliz.
Mas quero mais falem coisas para metermos aqui.
Não me digam que à excepção do meu Xará Valdemar vós só foram lá à Catedral rezar umas missas. Nem Metacolia nem Repreza nem macuas nem Macondes nem Luisas= Mista, nem Madeirenses ou Cabo Verdeanas. Vocês eram gente Fina. Uma Abraço
EU NASCI EM NAMPULA EM 1968 AGORA ABITO EM PORTUGAL AVEIRO MEU PAI ERA PORTUGUES SOU AIDA OLIVEIRA MINHA MAE É CABO VERDIANA E MEUS MANOS TAMBEM MOÇAMBICANOS SAUDADES DE MEU PAÍS
Eu nasci na provincia do chiure- mecufi em 1963. A minha infância até aos7 anos foi vivida em Ribaué, Namapa e de pois Nampula. Quando foi a independência meus pais mandaram-me pra portugal onde hoje permaneço e tenho esperança em regressar um dia a terra onde nasci para recordar as poucas imagens que permanecem no meu cerebro. Terra linda sem duvida!
Eu estive em Nampula de 1971 a 1973. Lembro-me da Feira do Pau Preto, junto à Catedral, mas também dos bailes do Benfica e da Neneteculiula!
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