quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CONFUSÃO NO VELÓRIO




 Eram dois pescadores gêmeos.
Um casado e o outro solteiro.
O solteiro tinha uma lancha de pesca já velha, mas era de onde tirava seu sustento.
Um dia, a mulher do casado morre.
E como desgraça nunca vem só, a lancha do irmão solteiro afunda-se no mesmo dia.
    Uma senhora, dessas velhotas curiosas e fofoqueiras, soube da morte da mulher e resolve dar os pêsames ao viúvo, mas confunde os irmãos e acaba por se dirigir ao irmão que perdeu a lancha.
   - Eu só soube agora. Que perda enorme. Deve ser terrível para si.
    O solteiro, sem entender bem, explicou:
   - Pois é. Eu estou arrasado. Mas é preciso ser forte e enfrentar a realidade. De qualquer modo, ela já estava muito velha. Tinha o traseiro todo arrebentado, fedia a peixe e vazava água como nunca vi. É verdade que ela tinha uma grande racha na frente e um buraco atrás que, cada vez que eu usava, ficava maior. Mas eu acho que o que ela não aguentou foi que eu a emprestava a quatro amigos que se divertiam com ela. Eu sempre lhes disse para eles irem com calma, mas desta vez foram os quatro juntos e isso foi demais para ela...
A velhinha fofoqueira desmaiou!


2 comentários:

Edum@nes disse...

Esta é boa demais, dá mesmo muita vontadade de rir. Mas que grande confusão resultou da morte de uma mulher e o afundamento de uma lancha no mesmo dia e a dita velhinha fofoqueira que nada compreendeu lá ficou desmaiada.

Agostinho Teixeira Verde disse...

É mesmo por essa razão
Dos buracos e das lanchas
Que aproveito a ocasião
Para vos lançar as pranchas

Buracos de crise financeira
Orifícios em tudo que se avista
Tanto burro, tanta asneira
E, ainda há quem resista

Vivendo neste nojento pagode
Que ninguém ousa compreender
Como poderá o desgraçado e pobre
Arranjar forças para viver?

Se morressem como o gémeo
Embarcassem na lancha madura
Faziam da água o inferno
Do rio ou mar a sepultura

Sei lá, se mesmo no fundo
Aceitariam tais vilões
Considerados rapinas no mundo
Dos eternos e impunes ladrões