domingo, 3 de outubro de 2010

O Galo Vermelho " O Nino" do Sargento Veloso


Mas Que Galo!!! Certamente o Galo mais resistente de toda a Guerra das Ex-Colónias.
    O Sargento Veloso da Companhia 8 de Fuzileiros, "hoje primeiro Tenente Reformado" quando se encontrava em Serviço na Machava em Lourenço Marques decidiu.-se por comprar uns  Pintos e depois  deitar uma Galinha a chocar uns ovosque vendeu muito a 4 paus a dúzia "4$00".
      Desses ovos nasceram várias pintaínhos, mas uns cegos outros malucos, apenas um  aproveitou.
      Começou a tratá-lo desde o primeiro dia.
     Longe de pensar que se viria a tornar senhor duma  história lindissima e que acabaria numa grande paixão e até de amor.
  O Pinto foi cresecendo e tornou-se num lindo Galo Vermelho.
   O Sargento Veloso logo o baptizou com o nome de Nino.
     Dormia  em frente da porta da Secretaria Secretaria e os Rapazes da Limpeza começaram também a gostar dele e faziam-lhe a limpeza, o Sargento não precisava de se preocupar com isso.
    Um dia o Cristo um Algarvio de Vila Real de Santo António ao encontrá-lo já se preparava para fazer com ele uma churrascada, mas ao dizerem-lhe de quem era ele desistiu das intenções.  
Recebeu ordem para seguir para o Niassa, e consigo levou o Nino. Embarcaram na Fragata Pacheco Pereira e o Galo como Marinheiro normal também decidiu enjoar enquanto navegava até Nacala na Fragata Pacheco Pereira.
   De Nacala seguiram de Noratlas até Nova Freixo e dali de Coluna até Mponda e embarcando na Lancha até Metangula, onde passados dois dias seguiram para o Cobué , o Galo na Lancha dormia junto à Padaria.
    Chegado ao Cobué o Galo começou a sentir necessidade de sexo, como não lhe davam galinha, ele arranhava os pés do sargento e mais dois Grumetes que lidavam com ele e lá se desenrascava, à falta de melhor!... Marinheiro que se presa tem de ser desenrascado.
    Um belo dia apareceu por lá um Mocho morto. O Nino abeirou-se dele foi á fartazana.
Era mesmo atiradisso. Tirou a barriguinha de miséria. Ficou mesmo aliviado. 
        Um diano Cobué  um Mangusto chupou-lhe o sangue de uma perna e ela ficou esterricada e o Nino ficou com dificuldade em movimentar-se, isso não invalidou que quando sentisse a presença do dono se arrastasse até ele.
    Acabada a Comissão regressaram à Machava e embarcaram no Vera Cruz o  Nino encostava-se lá a um cabrestante e e os Marinheiros do Vera Cruz ao conhecerem a história tratavam-no com afeição.
   Chegado a Lisboa o Sargento Veloso como vivia no Bairro dos Sargentos no Alfeite não tinha condições para ter o seu menino "Nino" com ele, mas resolveu o problema porque o seu sogro também lá vivia no Bairro e tinha condições para o ter .
   Colocou-o lá e sempre que podia fazia-lhe uma visita: o Nino logo se arrastava para vir ter com ele.
   Num mau dia uns miúdos passaram por ali ao verem o Nino deitado no Chão, com a intênção de o ajudar e sem lhe querer fazer mal, ao aperceberem-se daquela deficiência pegaram nele e colocaram-no em cima da borda do tanque. O Nino movimentou-se e caíu dentro dele que tinha água.
    Como não tinha aprendido a nadar!!!!
      Morreu Afogado.
     Acreditamos que o Nino acabou por ter a morte que mais desejaria, pois aasim ficou ligado às histórias verídicas dos Marinheiros e certamente será o Galo portador de uma das mais brilhantes histórias das aves galinaceas.
    Esta história verdadeira foi-me contada pelo próprio Sargento Veloso e por um dos Marinheiros que dele tratava. Nota :-  O Sargento Veloso aparece em duas fotos em baixo de Pera e Óculos.
    O hoje Primeiro Tenente Veloso ainda não manobra esta Tecnologia, mas vai segundo ele acompanhando os nossos blogues seguramente que virá a ler esta linda história que ele tão alegremente me contou e autorizou a que eu a publicasse.
Um Abraço Senhor Tenente  Veloso e Amigo.
  Quanto ao galo Nino aqui se presta a devida homenagem
   Quando um galo canta!!! O seu mal Espanta!!!

4 comentários:

Tintinaine disse...

Boa a história do Nino!
Nem eu que convivi com ele tanto tempo, seria capaz de a contar tão bem.

António Querido disse...

Este galo tem mais estilo de capão! E safou-se ao Cristo por ser o Nino do Sargento Veloso, senão tinha acabado no tacho com água a ferver, assim acabou no tanque como histórico Marinheiro, gostei de saber o fim do Nino!

Observador disse...

É caso para dizer que o Nino ficou com um grande galo, ao cair no tanque, mas quem vai para o Mar avia-se em terra, o mesmo é dizer, porque é que não aprendeu a nadar, se andou perto da água tanto tempo?
Um abraço
Virgílio

Tintinaine disse...

Oh Valdemar! Agora vou contar-te a última novidade. Telefonou-me o Tenente Veloso dizendo que estava em frente ao computador a rir-se ás gargalhadas com a tua história.
Não sabia que lhe tinhas dado o endereço do teu blog!
Ou achas que ele já foi capaz de o encontrar sozinho?
Pena ele morar tão longe, senão dava lá um pulo para me rir um pouco com as habilidades dele a navegar nestas águas.