segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resultado de um mau Negócio na Feira do S. Martinho

Dedicado a todos aqueles que por vezes com um greiro a mais na asa,  já  lhes aconteceram  disto ou coisas semelhantes..
Certa vez no S. Martinho
Com a fartura do  Vinho
Um mau negócio eu fez
Comprei Vaca, saíu Bói
E assim me obrigou
A lá voltar outra vez.

Quando à feira cheguei
Com o mesmo senhor dei
Mas em grande barburinho
Agarreio pelo pescoço
Tem paciência meu moço
São coisas de S. Martinho

Desfiz então o engano
Com esse mesmo fulano
Que se chamava Ventura
Deixamos de andar à rasca
E voltamos para a Tasca
Beber mais e à fartura

Eram copos e mais copos
Já sorriam os cachopos
De ver nossas posições
Tanto eu como o Ventura
Com a fralda à dependura
Um bom par de borrachões.

Com a força dos cartilhos
Começaram os sarilhos
Embora mal medidos
Nisto oiço uma voz
Que veio bem até nós
Estes dois estão perdidos.

Já de fraca catadura
Despedi-me do Ventura
E saí ao Zigue-Zague
De repente bem um murro
Oiço dizer está seguro
Não vai daqui sem que pague.

Ouvi o melhor discurso
Em toda a minha vida
Do Ventura com firmeza
Larguem esse meu amigo
Ponham-no livre de perigo
Sou eu que pago a despesa.

Tinha eu deixado a Vaca
Preza a uma estaca
A um cantinho da Feira
Mas o raio da canalha
Que nessa feira não falha
Fez a sua brincadeira.

Agora que vejo eu
Ó meu Santo Deus do Céu
Mas que grande desalento
A minha linda Vaquinha
Não está lá coitadinha
Mas sim um velho Jumento.

Tentei pôr tudo em cacos
Mas apanhei dois sopapos
E eu com a minha razão
Alguém disse cena-feia
É metê-lo na Cadeia
Esse grande borrachão

Com a cabeça toldada
Não esperei por mais nada
Tratei foi de vir-me embora
E de regresso sózinho
Quantas vezes pelo caminho
Vi chegada a minha hora.

É feio ser-se borracho
Um grande defeito que acho
Agora com mais juizo
Ser alegre e sorridente
Que o seja toda a gente
Ser borracho não é preciso.

3 comentários:

Observador disse...

Muito bem Amigo Valdemar, e viva o São Martinho que não tem culpa que alguns se aproveitem do seu nome para naquele dia irem de «caixão9 á cova.
Um abraço
Virgílio

Edum@nes disse...

O vinho tem dessas coisas
Que parecem ser a dobrar
Nem se pensam nas caçoilas
Só em comer, beber e negociar.

Quando o outro dia chegar
Algumas coisas já esqueceu
De outras não se quer lembrar
Até lhe parece que noutro mundo viveu.

Foi o mundo da euforia
Pela força do tintinho
Quanto maior lhe parecia
Vai perdendo o juizinho.

Já não estava sózinho
Parecia bem acompanhado
São coisas de S. Martinho
Pelo caminho enfeitiçado.

Contente e embriagado
S. Martinho festajando
De alegria vai regalado
Na vaquinha ficou pensando.

Valdemar Marinheiro disse...

Parabéns ao Poeta que se juntou.
Gradee veia.
Parabéns.
O S. Martinho lá continua at´ao dia 21 domingo próximo em Penafiel.