quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

´Memórias de Marinheiro= Espanha = Parte I

Grândola Vila Morena, cantada por  Marinheiros  em  Espanha e França
Ó Valdemarzito, já te tenho dito:
Que é muito arriscadito.
Andar a tocar viola
Diz o Sarjolas, tu vais ficar  frito

Dá-lhe uma de música  Cabo Rocha (Valdemar)
Valdemar de Origem Inglesa,invejável para aqueles que o não têm, mesmo para aqueles ditos da casta Castrense, a que lhes chamam Waldemar, e que sempre nos consideraram os parentes pobres,  no meu caso, houve até quem  me tratou com certa arrogância, só por me ter sido atribuído  este nome, que hoje e sempre gostei e gosto, assim como sempre tive o respeito máximo pelo meu padrinho.
     . Esta  aqui de música, não se trata de homenagear, os Beatles, Bee Gees, Rollings St´ones, The Family, Plaiter´s,  Charlie Aznavour,  Edite Piafe ou José Lito e tantos tantos outros, mas sim a imaginação que os  Marinheiro possuíam para que o seu dia a dia, se tornasse sempre em um dia diferente.
     Ainda decorria os tempos a que se podia e devia chamar  Revolução, e fomos mandados para França, a fim de reparar uma  peça de artilharia de uma  Fragata, que tinha feito parte daquele celebre negócio em que deram aos  Franceses a Terra nos Açores para lá instalarem uma Base militar aérea, na Ilha das Flores (Açores), em troca de três Fragatas, sendo que quando chegaram, admitiram logo abater uma, para terem peças sobressalentes para as restantes, já que quando as começavam a construir os Ingleses avançaram com  umas do mesmo tipo, mas com linhas altamente sofisticadas,lindissimas. Suspederam a construção incial, e copiaram o modelo Inglês,mas as que já estavam em fase adiantada de coonstrução, foram entregues a Portugal.
A reparação, tinha previsto a duração de três meses.
Atracação em Terras Espanholas
     Seguimos viagem, e não havia ainda muito tempo que tinhamos conseguido depois de uma luta tremenda ser autorizados a trajar civilmento, quando saíssemos de licênça.
      Em Espanha encontrava-se no  ainda o Ditador Franco, o que nos levava a admitir que quando lá chegassemos, não seriamos autorizados a trajar civilmente.
 Puro engano.
 Fomos autorizados, o que muito nos satisfez. Até porque se goste ou não dos Espanhóis, as Espanholas essas sim, deveriam ser uma maravilha, mesmo que fossem Espanholas de Elvas, como tanta vez aconteceu´, prometia estarmos perante uma boa pescaria.
Estavam para serem lançadas, notas de vinte escudos que tinham  o Satnto António, e nós a bordo o Fiel já as levava.
 Chegamos num sabado à tarde,  combinamos que as fariamos passar nas Hermanas pela cotização bancárias de 200 pesetas,  A mentira passou, foi um ver se te avias, o pior foi na segunda-feira, já que a peseta valia muito mais que o escudo. A partir dali foi um toma lá nada.
     Desembarcamos, fomos à procura das continuadoras do emprego mais antigo do mundo, mas também procurando a pinga, chegados à Tasca, nas se avistava nada, mas a espreitar pelos cortinados estava um pipo, sem saber Hablar, fiz sinal ao Taberneiro, que percebeu perfeitamente, e respondeu-me : Blanco, fiz o sinal com o Polegar e ele prontamente foi buscar os copos de três e vá de encher.
     Pela noite, lá fui com a minha Viola  e havia outras, já bem bebidos, fomos para cima de uma Estátua tipo Padrão dos Descobrimentos (Infante D. Henrique) sai Grândola e as outras, ainda demorou muito a aparecer os Carabineiros, certamente esperando a ver se acabavamos, mas como a coisa continuava,  e por saberem que eramos Marinheiros, estabeleceram diálogo e pediram-nos para descer.
     Pois querido Amigo, e Xará Valdemar!... A tua foto trouxe-me à memória mais esta grata recordação, e assim recorda e perpetuarr este episódio que tinha guardado no meu armazenamento de felicidade.
    

1 comentário:

Valdemar disse...

Fico contente!
Valdemar Alves