quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Morreram pela Pátria

 Lugar Reservado no Cemitério
Só se morre quando se deixa de estar no coração de alguém
     Quando esta semana indagava, aqui na Freguesia de Nogueira da Regedoura, onde resido há muitos anos, se havia alguem que tivesse perecido no naufrágio do Rio Zambeze, já que constam dois mortos do Concelho  de Santa Maria da Feira, mas a letra é tão minuscula, que só com  lupa se conseguirá identificar a que freguesia pertencem. Disseram-me que sim.  No imediato desloquei-me ao cemitério local, a fim de confirmar a data, lamentávelmente, apenas lá existia uma pedra  com a fotografia  de um, e  em estado de total decomposição, direi mesmo que está irreconhecivel, o outro niqueles.
 Fui-me embora, como se pode calcular; cabisbaixo e entrestecido, uma forte dôr, começou a avassalar-me o coração. Tempos houve, que  lá tinha visto a foto de ambos, e agora deparava com aquela triste constatação.
 É desolador para quem esteve no Ultramar, que sempre lutou, e lutará, pela dignidade e honra dos ex-combatentes e muito em especial, aqui citados,  que morreram em cumprimento de uma missão patriótica.
   Mais pesaroso, porque nessa manhã  recebi um E-Mail, vindo de França, de uma Senhora que o seu Pai  um Médico, especializados em tratamento de Leprosos, mas que foi  obrigado a ir para Angola em 1949,  e agora já com os seus 90 anos,  publicou um livro de memórias, onde cita o colega e amigo,  Doutor Carlos Ferreira Soares, que foi em 1942 assassinado pela PIDE,. mas que o ajudou e educou no social e humano, apoio esse e ensinamento, que conservou e o acompanhou no seu desempenho de Medicina, que jamais o esqueceu, e agora passados setenta anos lhe presta esse tributo.
Vou deligênciar junto  da familia e do Executivo, que acredito convictamente estarão disponiveis, para que no local, a que está reservado, a quem tomba em defesa da Pátria e que está  tratado dignamente, dispondo de um local  amplo reservado aos mártires que tombam em defesa da Pátria. Se mais não for,  seja colocada  uma placa, com os seus nomes,   e os dizeres:- que tombaram em defesa da Nação.
    Acabei  por confirmar, que a pedra  que ali estava colocada, os familiares a colocaram em Jazigo de sua familia, mas é deveras importante que conste, para que se saiba  e se preste a homenagem que merecidamente lhe é devida, sejam  referênciados os seus nomes e onde tombaram, no local a que lhe está reservado.
    Faço este alerta, não em tom critíco, mas porque acredito, e que isto se passará em outros locais e que só acontece,  por os seus familiares não saberem que a Pátria, e todos nós, lhe devemos essa justa  homenagem.
     O Combatente tombado, a que me refiro, deixou duas filhas, com dois três anos de vida, a viúva também já partiu, o que se compreende, não saberem quanto a Pátria lhes deve a elas, que perderam o seu progenitor, e ficaram privadas do corinho e amor fraterno de  seu Pai.
    Espero que este aleta venha a servir de exemplo a outros locais, e que os combatentes  que tombaram tenham o tributo da perpetuação das suas memórias.
  

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