Com a devida vênia transcrevo:
do autor
José Jorge Martins sendo ele Fuzileiro
Guerra Colonial
Autópsia de uma operação
Nota do Autor
Este é um livro diferente sobre a Guerra Colonial.
Ele não se debruça, propriamente, sobre os grandes "chefes militares", os "cabos de guerra" ou ainda "guerreiros do Império"
Ele fala dos chamados "comandantes" que faziam a guerra numa perspectiva plana, através dos mapas, em salas com ar condicionado, a resguardo do tórrido calor, das incomodidades da mata, dos sacrificios e dos perigos.
Ele, fala, também, daqueles "comandantes" que, sujeitando-se ao mato por dever, a ele não pertenciam. Somente procuravam honrarias fáceis, marchavam a meio das colunas com um séquito de impedidos, guarda -costas e mainatos que lhes aliviavam as costas, carregando as pesadas mochilas-tudo justificado pela eufemística frase "privilégios inerentes ao posto".
Mas do que este livro trata e fala é, sobretudo, dos fuzileiros anónimos (Praças, Sargentos e Oficiais) que finalmente encontram nome, protagonismo, expressão e merecido reconhecimento nesta obra.
Eles, que sem os privilégios e as honras militares, sem as condecorações e as medalhas garantidas no fim das comissões, fizeram a guerra tudo suportando, comandaram na prática operações, definiram as melhores tácticas e manobraram no terreno.
Eles eram os sprimeiros no contacto de fogo e os últimos a sair das Bases.
Eles, no teatro de operações, descobriram o significado das palavras camaradagem, solidariedade e guerrilheiro e deram a esta guerra o sentido da dignidade.
Ele, este livro é a homenagem a todos os que, no terreno, foram os verdadeiros combatentes de uma Guerra em que não podia haver nem vencidos nem vencedores, porque simplesmente não tinha o direito de existir.
Comando da Defesa Marítima dos Portos do Lago Niassa (CDMPLN)
Base Operacional de Fuzileiros Especiais no Cobué, situada nas margens do lago Niassa, a cerca de 60 Km da fronteira com a Tanzânia.
4 comentários:
Este livro deve sêr interessante... Mas mais interessante foi em saber que a Tanzânia ficava apenas a 60 Km. do Cobué... Quando lá estive nunca tive acesso a informação nenhuma!
Valdemar Alves
Eu fui lá umas duas vezes com o meu DFE, só para chatear e perseguir uns turras. Não tinha nada que ver a não ser uma povoação do n/ lado Lipoche que estava abandonada e uma outra da qual não recordo do nome do lado da Tanzânia onde eles se escondiam.
Abraço
Luis Silva
Até que enfim aparece alguém que conheceu o Lipoche!
Lugar sagrado para mim onde vivi o meu baptismo de fogo, no dia 9 de Janeiro de 1965.
Haja Deus!
Lipoche:
Também lá estive várias vezes no meu DFE1. Também lá tive alguns contactos com os guerrilheiros da frelimo que vinham da Tanzânia e tinhamos de estar sempre vigilantes para eles não passarem. Velhos tempos. Saudades muitas.
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